| 10/11/2005 23h27min
O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos, senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), disse hoje que precisam ser aprofundadas as investigações sobre denúncias de corrupção envolvendo ex-assessores do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, quando era prefeito de Ribeirão Preto (SP).
Para Garibaldi Alves, este procedimento é fundamental antes que se pense em convocar Palocci para prestar esclarecimentos na CPI. No depoimento de hoje, o economista Vladimir Poleto, ex-assessor de Palocci em Ribeirão Preto, negou ter transportado dólares supostamente vindos de Cuba em três caixas de bebidas, como foi publicado pela revista Veja há duas semanas. Uma hora e meia depois da negativa, a CPI apresentou a gravação da entrevista feita pelo jornalista Policarpo Júnior. Nela, Poleto afirma ter ouvido de outro assessor de Palocci, Ralf Barquete, que as caixas de bebidas transportadas de Brasília para São Paulo continham US$ 1,4 milhão.
Poleto só não foi preso porque depôs sob a proteção de um habeas corpus preventivo concedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Mello.
– Defender o Poleto hoje seria defender o indefensável – disse o relator.
O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) recusou-se a comentar a possibilidade de convocação do ministro Palocci.
– Preciso de 24 horas para pensar, nunca vi um sujeito desmentir a si mesmo – afirmou o senador.
Ele considerou o depoimento de Poleto "muito ruim para o ministro Palocci" na medida em que, segundo Jereissati, ficou clara a existência de uma "relação perigosa" entre Palocci e ex-assessores como Rogério Buratti, Ralf Barquete (já falecido) e Vladimir Poleto.
Já o senador Heráclito Fortes (PFL-PI), também integrante da CPI, afirmou que diante do depoimento de Vladimir Poleto "o ministro Palocci está mortalmente ferido".
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