| 10/11/2005 08h36min
Já está em discussão no Ministério do Trabalho e Emprego a proposta elaborada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) para descontar do patrimônio das famílias mais ricas do país o aporte necessário para o financiamento de um salário mínimo maior. A idéia da entidade sindical é conseguir juntar R$ 23,8 bilhões no chamado fundo de solidariedade.
O valor garantiria, durante um período de sete anos, aumento real de 9% no salário dos trabalhadores. A taxação de 1,5%, conforme a CUT, ocorreria apenas uma única vez e englobaria cerca de 300 famílias com patrimônio acima de R$ 2,4 milhões.
– Seria talvez a mais bela distribuição de renda que poderíamos ter no Brasil. Porque o salário mínimo é um referencial importante para a imensa maioria dos assalariados brasileiros, especialmente, nas regiões mais pobres do Brasil – defendeu ontem o presidente nacional da entidade, João Antônio Felício.
Em visita ao Rio Grande do Sul, onde participou da abertura do Encontro Internacional de Educação, em Gravataí, o dirigente ressaltou que a proposta de Imposto sobre Grandes Fortunas seria melhor para os trabalhadores do que um aumento nominal imediato.
– Prefiro ter essa política consolidada em projeto de lei a ter um valor nominal este ano e, ano que vem, enfrentar outra disputa. Mas se não conquistarmos isso, vamos reivindicar um salário de R$ 400 – explicou Felício.
A proposta da CUT de aumento salarial de R$ 400 vai ser a principal bandeira da 2ª Marcha Nacional do Salário Mínimo, marcada para os dias 28, 29 e 30 deste mês, em Brasília. O ministro do Trabalho e ex-presidente da entidade, Luiz Marinho, já sinalizou, porém, que essa proposta é inviável apesar, segundo ele, de os R$ 321 oferecidos pelo governo serem ainda insuficientes.
Além do reajuste, a entidade quer também redução da jornada de trabalho e correção de 13% na tabela do Imposto de Renda do período do governo Lula. Conforme Felício, são esperadas, na marcha, mais de 15 mil pessoas de todas as centrais sindicais.
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