| 09/11/2005 11h39min
Mais de um mês após o tumulto no Estádio Beira-Rio durante jogo entre Inter e Fluminense, a Polícia Civil ainda não conseguiu ouvir os PMs envolvidos nas agressões. O titular da 20ª Delegacia de Polícia (DP) de Porto Alegre, delegado Fábio Mota Lopes, já enviou ofícios ao Batalhão de Operações Especiais (BOE), agendou datas para depoimentos e chegou a reiterar todas as solicitações. O delegado, no entanto, diz que a investigação está paralisada.
– Eu cheguei num ponto que eu necessito de alguém da BM, os comandantes, enfim, das pessoas que participaram desta operação, para que eles me auxiliem na identificação dos PMs que, no nosso entendimento, cometeram delitos comuns, crimes que não são militares. Por isso a investigação por parte da Polícia Civil – afirma o delegado Lopes.
Quarenta pessoas já foram ouvidas, entre torcedores e dirigentes do Inter. O delegado Lopes diz que colaborou com o inquérito militar, e não sabe os motivos que levam a Brigada Militar
(BM) a não colaborar com o
trabalho da Polícia Civil.
– Simplesmente, eu não estou tendo resposta de solicitações. Aí fica difícil saber o porquê, se há um interesse corporativista ou não. É difícil de saber neste momento – disse Lopes.
A Polícia Civil alega ter autorização judicial para investigar crimes comuns envolvendo este fato, como desacato contra os próprios policiais e abuso de autoridade. O delegado Lopes não tem dúvida de que os PMs cometeram excessos. Já o BOE desconhece ter recebido documentos sobre intimações, e afirma que, como o crime é militar, existe um Inquérito Policial Militar investigando o tumulto. O Comando do Policiamento da Capital afirma que a questão é jurídica e, portanto, não se pronunciou.
Mais de 20 torcedores e 12 policiais ficaram feridos no tumulto ocorrido no dia 2 de outubro.
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