| 08/11/2005 20h53min
A secretária Nacional de Justiça, Cláudia Chagas, enviou, nesta terça, à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal oito caixas com 15 mil cópias de documentos da Promotoria Pública de Nova York sobre as movimentações financeiras da Dusseldorf, uma off-shore do publicitário Duda Mendonça que tem conta numa agência do Bank Boston, em Miami. Só do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, a conta recebeu R$ 10 milhões relativos a pagamentos de campanhas eleitorais petistas.
Nos documentos, constam nomes de doleiros e empresas que fizeram depósitos para o publicitário da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002. A partir da análise desses papéis, o delegado Luís Flávio Zampronha, responsável pelo inquérito do mensalão, tentará identificar quais são os empresários ou políticos que teriam usado doleiros para fazer pagamentos a Duda no exterior.
Os doleiros já foram identificados e estão sendo intimados para depor. A PF deve tentar convencer os doleiros a contarem tudo o que sabem sobre os clientes com o argumento de que, se não fizerem revelações importantes, serão os únicos a serem punidos por remessas ilegais ao exterior.
O presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais, no entanto, criticou a dificuldade encontrada pela corporação no acesso à investigação. Francisco Carlos Garisto culpou o órgão criado pelo Ministério da Justiça para intermediar na investigação internacional.
– Se chegarmos à conclusão de que está havendo, deliberadamente, a vontade de obstruir a nossa investigação, vamos denunciar e indiciar todo mundo em crime – destacou o presidente da Federação.
Garisto ressaltou que o ministro Márcio Thomaz Bastos já tomou providências para evitar um choque de atribuições entre o Departamento de Recuperação de Ativos e a Polícia Federal.
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