| 08/11/2005 09h01min
Um prejuízo de pelo menos R$ 20 milhões foi o saldo do primeiro dia de greve dos fiscais federais agropecuários nas indústrias de produtos animais e vegetais do Estado. Com adesão de 100% da categoria, a paralisação já compromete as exportações.
Cerca de cem caminhões deixaram de ser liberados em Uruguaiana, maior porto seco da América Latina, por exemplo. Além da fiscalização de produtos importados e exportados nas fronteiras, a certificação de produtos de origem animal e vegetal em frigoríficos, indústrias e laboratórios está suspensa, o que impede o trânsito de mercadorias. Apenas a fiscalização da febre aftosa e da gripe das aves está liberada.
– Mais um dia e não haverá espaço para armazenagem. Isso prejudica toda a cadeia. Desde o produtor, que não consegue abater, até o consumidor final –avalia o diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Estado, Rogério Kerber, calculando uma perda diária de R$ 10 milhões.
O Frigorífico Mercosul contabiliza R$ 2 milhões de prejuízos com a impossibilidade de embarque de carne bovina para o mercado interno e externo. Das cinco fábricas do grupo, uma, a de Mato Leitão, já havia sido fechada ontem por conta da paralisação. Hoje, a previsão é de que a de Pelotas cerre as portas.
– Vamos parar parte da produção no máximo até amanhã – lamenta Mauro Pils, um dos diretores do frigorífico.
Ligados ao Ministério da Agricultura, os fiscais pararam as atividades ontem e devem manter a greve até a meia-noite de domingo. Na próxima semana, realizam assembléia para decidir se retomam ou não o movimento.
A greve, porém, causou reações contrárias entre caminhoneiros:
- Sou empregado, trabalho por comissão, por viagem, preciso estar na estrada para pagar minhas contas, aluguel, água e luz. Meus credores não querem saber se estou parado aqui por vontade própria ou não –desabafou o caminhoneiro alegretense Vanderlei Rodrigues, parado em Uruguaiana.
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