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 | 08/11/2005 00h01min

Lula diz que caixa dois é intolerável

Presidente acredita que Dirceu será cassado por motivos políticos

O presidente Luiz Inácio Lula voltou atrás em sua mais famosa declaração sobre o uso de caixa dois pelo PT – a de que o partido "fez do ponto de vista eleitoral o que é feito no Brasil sistematicamente" – e disse que a prática é "intolerável". Lula participou do milésimo programa Roda Viva, exibido pela TV Cultura, na noite desta segunda. No final do programa, os jornalistas cobraram a falta de acesso da imprensa ao presidente. A participação de Lula na edição de hoje é resultado de negociações que se estenderam ao longo de seis meses.

Lula negou que esteja evitando a imprensa. Ele afirmou que seria imprudente um chefe de Estado conceder entrevistas seguidamente.

– Tem dia que eu canso de mim mesmo. Tem dia em que eu faço oito pronunciamentos – justificou.

Na entrevista, o presidente recapitulou a crise política e disse que o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares não devia ter terceirizado as finanças do partido. Lula também previu que o ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu perderá o mandato de deputado federal ao final do processo por quebra de decoro parlamentar do qual é réu na Câmara, não por fatos, mas por razões políticas. Indagado sobre quem o traiu – em agosto, no primeiro pronunciamento sobre a crise, Lula dissera que se sentia "traído por práticas inaceitáveis" –, o presidente preferiu não citar nomes e apenas falou em atitudes nunca antes tomadas pelo PT.

O presidente afirmou que não acredita na existência do mensalão e fez uma referência indireta ao ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) ao dizer que o principal denunciante do esquema foi cassado pelos colegas por não ter provado suas acusações.

O programa atingiu 2,5 pontos de audiência no primeiro bloco, conforme informação da TV Cultura. Segundo a emissora, cada ponto de audiência significa 52,3 mil espectadores. O Roda Viva, que consegue em média de 1,5 a 2 pontos de audiência, teve recorde com a entrevista de Roberto Jefferson no auge da crise política e das denúncias contra o governo.

O apresentador, Paulo Markun, contou que o programa recebeu 1,5 mil e-mails com sugestões de perguntas de telespectadores. Cerca de 25% eram sobre corrupção, 20% sobre economia e o restante de assuntos gerais. Participaram como entrevistadores alguns dos antigos apresentadores: Augusto Nunes, colunista do Jornal do Brasil, Rodolfo Konder, jornalista, Matinas Suzuki, diretor da rede de jornais Bom Dia, Roseli Tardeli, diretora-executiva da Agência de Notícias da AIDS e Heródoto Barbeiro, editor chefe e apresentador do jornal da TV Cultura e da rádio CBN.

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