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 | 03/11/2005 08h41min

Churrasco e segurança total aguardam Bush no Brasil

Presidente dos EUA faz sua primeira visita ao país neste fim de semana

George W. Bush, presidente dos Estados Unidos, deverá saborear churrasco nas menos de 24 horas que ficará no Brasil. Ele deve chegar a Brasília na noite de sábado, após participar da 3º Cúpula das Américas, na Argentina.

A idéia do churrasco foi sugerida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante reuniões com a equipe do Ministério da Agricultura. Assim, ele aproveitaria o momento para também divulgar o produto brasileiro. Apesar da insistência nas negociações, até hoje o Brasil não conseguiu abrir o mercado americano para a carne in natura.

– O almoço de domingo na Granja do Torto não foi organizado por acaso. A intenção do presidente Lula era afastar a frieza protocolar dos eventos no salão do Itamaraty, abrindo as portas de sua própria residência ao presidente americano – comentou um diplomata envolvido na organização do evento.

Empolgados com a idéia, representantes da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) chegaram a oferecer ao governo toda a estrutura para um churrasco de primeira. Garantiram a carne - os melhores cortes -, além de churrasqueiros com experiência e até as bebidas. Mas a oferta, feita pelo presidente da entidade, Marcus Vinícius Pratini de Moraes - hoje filiado ao PFL e ex-ministro do governo Fernando Henrique Cardoso - não recebeu acolhida. Até o início da semana, o argumento era de que ainda não havia definição oficial do cardápio.

Por exigência da embaixada dos Estados Unidos, os fornecedores têm mantido sigilo sobre suas atividades. Isso porque a parte de alimentação ficará a cargo dos brasileiros. O pessoal da Casa Branca encarregado da área apenas acompanhará o trabalho dos responsáveis pelas refeições.

Nem mesmo o hotel em que Bush ficará hospedado fornece informações. Até os funcionários do Blue Tree, um dos mais luxuosos de Brasília, foram sabatinados por agentes americanos e brasileiros para poderem trabalhar no final de semana.

Na tarde de sábado, o presidente americano, na companhia da primeira-dama, Laura Bush, e da secretária de Estado, Condoleezza Rice, desembarcará do avião presidencial na Base Aérea de Brasília. Um carro oficial blindado, sob a supervisão da Polícia Federal (PF), estará aguardando as autoridades. No dia seguinte, depois de uma reunião com jovens líderes brasileiros, Bush se encontrará com o presidente Lula e a primeira-dama, Marisa Leticia, para o almoço de domingo.

Sua curta estada no país está sendo precedida por um inédito esquema de segurança na capital federal. Amanhã, o espaço aéreo, o tráfego de automóveis e o movimento no Lago Paranoá começarão a ser monitorados. A PF vai mobilizar cerca de 500 policiais para proteger a comitiva. A chamada "Operação América" contará com o apoio de agências de inteligência americanas.

A preparação desse aparato chegou a gerar atrito entre os serviços de segurança do Brasil e dos EUA. As autoridades brasileiras fazem questão de afirmar que o protocolo de praxe será seguido: quando Bush e sua comitiva estiverem nas ruas de Brasília, a segurança ficará a cargo da PF. Dentro da Granja do Torto, entra em campo o gabinete de Segurança Institucional, mas sempre com a supervisão dos americanos.

CAROLINA BAHIA/ AGÊNCIA RBS
 
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