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 | 01/11/2005 12h31min

Vírus do boato ataca o agronegócio brasileiro

Demora na divulgação do resultado de exames no Paraná causa prejuízos

Uma nova doença causa danos ao agronegócio no Paraná: o vírus do boato. O motivo é a demora de uma semana na divulgação, pela Secretaria da Agricultura e Abastecimento (Seab), dos resultados do exame em 19 cabeças de gado suspeitas de terem contraído o vírus da febre aftosa.

As informações desencontradas, sobre a confirmação ou não da doença no Estado, ganharam força nos últimos dias já que os exames a cargo do Laboratório Nacional Agropecuária (Lanagro), de Belém do Pará, não foram conclusivos. A expressão vírus do boato foi cunhada pelo presidente da Sociedade Rural do Paraná (SRP), Édson Neme Ruiz, 54 anos, para mostrar os estragos na economia local em decorrência das notícias falsas. A região de Londrina é uma das vitrinas do agronegócio no Brasil, e a boataria somada à suspeita do vírus está causando prejuízo diário de US$ 200 mil, estimam técnicos da SRP.

Tentativas de barrar os boatos estão sendo feitas. Os proprietários das quatro fazendas que compraram os 19 animais originários de Mato Grosso do Sul e ofertados no Leilão 10 Marcas na Eurozebu 2005, contrataram cinco veterinários que fizeram um laudo clínico. Segundo o resultado divulgado no último fim de semana, os exemplares não têm sintomas da doença.

Ontem, o próprio ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, admitiu que a demora é muito ruim para o Brasil e que o Estado pode não ter a doença:

– O Paraná pode não ter aftosa. Os exames estão mostrando que até agora não é aftosa.

Técnicos gaúchos do Ministério da Agricultura já estão no Paraná para fazer a contraprova dos exames, e a divulgação deverá ser feita ainda esta semana, afirmou.

Durante todo o dia de ontem, em Londrina, o secretário da Seab, o veterinário Orlando Pessuti (PMDB), em reunião com agropecuaristas, fez um relato das medidas tomadas pelo governo contra a aftosa.

– Os resultados atestam que não há aftosa. Para corrigir os danos vamos ter que gastar muito tempo e dinheiro – acrescentou Ruiz, da SRP.

CARLOS WAGNER/ENVIADO ESPECIAL
 
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