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 | 28/10/2005 20h43min

Bush lamenta saída de assessor do governo dos EUA

Lewis Libby teria divulgado à imprensa nome de espiã da CIA

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, afirmou hoje que o governo continuará trabalhando, apesar da apresentação de acusações contra o já ex-chefe de gabinete do vice-presidente Dick Cheney Lewis Libby.

Lewis Scooter Libby, que até então ocupava a chefia de Gabinete do Cheney, foi acusado pelo procurador Patrick Fitzgerald de ter mentido várias vezes no caso Plame. Fitzgerald apresentou cinco acusações contra Libby, que podem levá-lo a 30 anos de prisão e a ter de pagar uma multa de US$ 1,25 milhão. Há uma acusação de obstrução à Justiça, duas de perjúrio e duas de falso testemunho. O júri foi dissolvido hoje, após quase dois anos de pesquisas.

Valerie Plame era espiã da CIA até ter sua identidade revelada em um artigo publicado em 2003. O marido da agente, o ex-diplomata Joseph Wilson, disse que revelação da identidade de Plame era um ato de vingança da Casa Branca. Wilson havia acusado o governo de ter forjado os pretextos para invadir o Iraque. Ele divulgou hoje um comunicado no qual afirma que a decisão é "um passo importante", mas observou também que este "é um dia triste" para os EUA, pois se tratam de acusações contra a própria Casa Branca.

Em uma breve declaração antes de partir para Camp David, onde passará o fim de semana, Bush se disse "entristecido" pela apresentação de acusações e pela renúncia de Libby.

Embora a parte principal da investigação tenha terminado, Fitzgerald disse que os trabalhos continuam. Karl Rove, o principal assessor político de Bush, escapou das acusações, mas continua sob investigação.

Fitzgerald afirmou que Libby disse ao FBI souber da função de Plame pelo jornalista Tim Russert, da NBC, e que depois comentou o fato com outros repórteres, sem nem saber ao certo se a esposa de Wilson era realmente uma espiã. Estas afirmações, disse o promotor, são falsas. Libby já havia conversado com diversos repórteres sobre Plame antes da conversa com Russert que, segundo Fitzgerald, nunca lhe contou nada sobre Plame. O promotor afirmou que pelo menos quatro pessoas no governo revelaram a Libby a identidade de Plame antes que o escândalo viesse à tona, em 14 de julho de 2003. Um desses funcionários foi o próprio Cheney.

Essas conversas não são ilegais, já que estes funcionários têm permissão para discutir informações secretas. Mas difundi-las publicamente com pleno conhecimento é considerado crime, segundo as leis dos Estados Unidos.

A acusação do assessor do governo promete trazer de volta os debates sobre os motivos que levaram os EUA a declarar guerra contra o Iraque. Bush ordenou a invasão do Iraque em março de 2003, afirmando que o programa de armas de destruição em massa de Saddam Hussein representava uma grave e imediata ameaça para os EUA. As armas nunca foram encontradas, e o número de soldados americanos mortos no país árabe já supera os 2 mil.

Libby, Cheney e o ex-subsecretário do Pentágono Paul Wolfowitz foram três dos principais defensores da invasão.

O vice-presidente afirmou que seu ex-chefe de Gabinete e assessor de Segurança Nacional deve ser considerado inocente até que se prove o contrário. Libby disse estar convencido de que será inocentado das cinco acusações.

AGÊNCIA EFE
 
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