Começa amanhã em Lages, no Planalto Serrano catarinense, a ExpoLages 2005, um dos maiores eventos do segmento agropecuário do Estado. Neste ano, no entanto, será realizada apenas a feira industrial.

A exposição e comércio de animais foi cancelada depois que a Secretaria de Agricultura decidiu suspender as feiras agropecuárias em Santa Catarina por tempo indeterminado.

O evento foi o primeiro do calendário oficial de feiras a ser atingido pela medida.

Como a região possui o maior plantel e a melhor qualidade genética do Estado, o presidente do Sindicato Rural de Lages, Carlos Lopes, acatou a decisão para preservar o patrimônio de 16 raças.

Os organizadores projetavam a comercialização de R$ 800 mil a R$ 1 milhão com a venda dos animais. Mas os focos de febre aftosa no Mato Grosso do Sul e a suspeita da doença em rebanhos do Paraná obrigaram os pecuaristas a aceitar a decisão.

O dirigente sindical disse que o Estado deve manter o controle sem vacinação, mas aumentar os investimentos nessa área.

– Achamos melhor não correr o risco de prejudicar toda a cadeia produtiva agropecuário e suspendemos a feira de animais. Mas o governo deve ser mais rigoroso na prevenção do foco de aftosa nos nossos rebanhos – sugeriu Lopes.

Alguns pecuaristas ficaram surpresos com a postura do governo. O presidente da Associação Catarinense de Criadores de Charolês, Manoel Neto previa um faturamento R$ 150 mil com os 150 animais da raça que seriam expostos e leiloados.

– Acho que não havia motivo para suspender porque o gado participante era todo catarinense, mas vamos acatar a decisão – afirmou.

Na sexta-feira, durante o evento, haverá um encontro envolvendo toda a cadeia produtiva catarinense e representantes de entidades ligadas à defesa sanitária para debater as medidas de prevenção à aftosa.

O governador Luiz Henrique da Silveira deverá participar dessa reunião.

Saiba mais no especial sobre a aftosa.