Pista limpa foi a marca da segunda edição do remate Selo Racial, na tarde de ontem, em Quaraí, fronteira oeste do Rio Grande do Sul. O leilão faturou R$ 510 mil com a venda de 83 machos e 170 fêmeas das raças angus, brangus e red angus, além de 10 éguas domadas da raça crioula.

O Selo Racial – promovido pelas cabanhas Azul, Cia Azul, Olhos D´Água, da Corticeira e Rincón Del Sarandy – foi o primeiro remate de bovinos do Rio Grande do Sul após o anúncio de focos de febre aftosa em Mato Grosso do Sul. Por isso, o leiloeiro Marcelo Silva, da Trajano Silva Remates, comemorou a venda de todos os animais.

– Estamos no olho do furacão, com crise na agropecuária brasileira e agora esse foco de aftosa. E apesar dos preços terem ficado abaixo do que esperávamos, a pista ficou limpa. Foi um sucesso – avaliou.

O animal mais caro do leilão foi a fêmea Angus Azul 6411 Bodacious, vendida por R$ 9,3 mil para a Cabanha Reconquista, de Uruguaiana. O proprietário, José Paulo Cairoli, comprou para o filho, Eduardo Tellechea Cairoli, que, embora utilizando o mesmo afixo, está formando plantel próprio, aproveitando a fase de bons preços para o comprador.

Os criadores de angus de fora do Estado também marcaram presença. O assessor da Fazenda MC, de Espírito Santo do Pinhal (SP), Alejandro Brocato, investiu R$ 20.250 em quatro fêmeas PO, para transferência de embriões:

– Não temos preocupação com a saída de animais daqui por causa da aftosa. Vamos esperar até a Exposição de Cascavel (em novembro) por uma questão de logística.

O transporte de animais para fora do Rio Grande do Sul não tem restrições por parte da Secretaria da Agricultura do Estado (SAA). Conforme o responsável pelo setor de fiscalização e controle de trânsito da SAA, Eduardo Vergara, os caminhões continuarão saindo lacrados, como já vinha sendo feito.

THAÍS D´ÁVILA/ZERO HORA