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 | 29/09/2005 17h13min

Pregão viva-voz da Bovespa se aposenta nesta sexta

Espaço será dividido em 10 ambientes para visitação pública

A campainha que marca o funcionamento do pregão viva-voz da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) vai tocar pela última vez nesta sexta-feira. Na prática, o tradicional empurra-empurra e a gritaria de operadores já não existem mais na Bovespa, devido ao crescimento das transações eletrônicas. O viva-voz chegou a abrigar mais de 1,5 mil operadores na década de 80, passando para cerca de 700 na década de 90. Hoje são apenas 40 profissionais.

A extinção dos negócios feitos por apregoamento (daí o nome pregão) de voz encerra a fase mais "artesanal" da bolsa. Nos momentos de crises ou de otimismo, as expressões "mercado nervoso" e "mercado eufórico" sempre foram ilustradas pelos rostos dos operadores do pregão viva-voz, cada um agarrado ao seu telefone sem fio.

Inaugurada em 1890, a Bovespa vem acompanhando as mudanças tecnológicas. Com a nova fase, o espaço de 1.000 metros quadrados onde os operadores se movimentavam terá outra destinação. O local passará por uma reforma que custará R$ 2,5 bilhões e será reaberto em 25 de janeiro, aniversário da cidade de São Paulo.

Com o objetivo de aproximar a bolsa de valores do cidadão comum, a Bovespa vai utilizar o espaço do pregão para visitação pública. Os visitantes terão no local todas as informações sobre investimento em ações, através de meios modernos e interativos. O espaço será dividido em 10 ambientes. Neles haverá mesa para simulação de negócios sala para projeção de filme em terceira dimensão, museu interativo e um café entre outras atrações.

A decisão de encerrar o viva-voz era mais que esperada, já que o pregão eletrônico vem avançando gradativamente. Atualmente, apenas 0,13% dos negócios realizados na bolsa são fechados no viva-voz. Esse volume será facilmente absorvido pelos meios eletrônicos, assim como os operadores, que foram treinados para operar por computadores.

– A migração entre estes dois sistemas seguiu uma tendência mundial de modernização de processos tecnológicos ocorridos ao longo da última década. O novo sistema garantiu mais agilidade, mas segurança e maior abrangência de negócios – afirmou a bolsa recentemente em nota.

Em 1990, o número médio de negócios no viva-voz da Bovespa respondia por 89%,91% do total, contra 10,09% do pregão eletrônico. Em 2005, são 0,13% de participação do viva-voz, contra 99,86% do eletrônico.

Em frente à sede da Bovespa, no centro da cidade de São Paulo, continua a funcionar um agitado pregão viva-voz. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), cerca de 800 operadores trabalham a todo vapor e aumentam a cada ano o volume de negócios. No pregão viva-voz da BM&F já foram fechados este ano 498.150 contratos. Em 2004 foram 528.008. No ano 2000, o viva-voz da BM&F registrou 125.950 contratos.

AGÊNCIA O GLOBO

 
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