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 | 23/09/2005 15h50min

Exportações do setor devem atingir US$ 43 bilhões em 2005

CNA diz que agronegócio está perdendo dinamismo

As mais recentes projeções da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) indicam que o saldo comercial do agronegócio deve encerrar o ano com superávit de US$ 38 bilhões, resultado 11,3% superior aos US$ 34,1 bilhões do ano passado. Os US$ 38 bilhões de superávit consideram exportações de US$ 43 bilhões e importações de US$ 5 bilhões em 2005.

Apesar de o valor do saldo comercial do agronegócio representar novo recorde, contudo, a CNA destaca que o setor enfrenta problemas, principalmente no segmento de soja, devido à queda dos preços internacionais da commodity. O índice de crescimento é bem menor do que o que foi registrado nos últimos anos, lembra o chefe do Departamento de Assuntos Internacionais e de Comércio Exterior (Decex) da CNA, Antônio Donizeti Beraldo. O saldo do ano passado, de US$ 34,1 bilhões, por exemplo, foi 32% maior que o superávit de US$ 28,8 bilhões de 2003.

– As exportações do agronegócio estão perdendo dinamismo – diz Beraldo.

Dados referentes ao acumulado entre janeiro e agosto mostram que o agronegócio registrou exportações de US$ 28,6 bilhões, 10,1% a mais que os US$ 26 bilhões de igual período do ano passado. As importações do agronegócio nos oito primeiros meses do ano, somaram US$ 3,3 bilhões, 5% a mais que os US$ 3,2 bilhões de igual período do ano passado. O saldo comercial, portanto (exportações menos importações) do agronegócio foi de US$ 25,3 bilhões nos oito primeiros meses deste ano, representando 37,7% do total das exportações brasileiras. Entre janeiro e agosto de 2004 o saldo do agronegócio, de US$ 22,8 bilhões, equivalia a 42,4% do total das exportações nacionais.

– O agronegócio perdeu espaço – diz Beraldo.

Caso mantida a atual tendência de perda de fôlego das exportações do agronegócio, como é estimado pela CNA, o saldo comercial do setor em 2006 deverá repetir os números deste ano, ou seja, estagnando em um superávit de aproximadamente US$ 38 bilhões.

O chefe do Decex explica que a retração no ritmo de crescimento das exportações do agronegócio este ano deve-se principalmente aos maus resultados registrados no segmento de soja. Entre janeiro e agosto o complexo soja (grão, farelo e semente) obteve receitas de exportação de US$ 6,5 bilhões, 13,6% a menos que os US$ 7,6 bilhões de igual período do ano passado. Essa perda deve-se à queda dos preços internacionais, uma vez que houve aumento do volume exportado.

O preço de venda da soja brasileira no mercado mundial foi de US$ 236 por tonelada, considerando a média do período entre janeiro e agosto deste ano. É um valor 18% mais baixo que os US$ 287,9 por tonelada que vigorou em igual período de 2004. A supersafra norte-americana foi responsável pela derrubada das cotações da soja. Na última safra os Estados Unidos (principais produtores mundiais do grão) colheram 85,5 milhões de toneladas de soja, contra 66,8 milhões de toneladas na colheita anterior. Na próxima safra os EUA devem colher 77,7 milhões de toneladas de soja, queda de 9%. Ainda assim a oferta mundial não deve cair, ou seja, os preços da soja continuarão baixos, diz Beraldo.

Para o Brasil, a boa notícia é que apesar dos baixos preços o país deverá exportar US$ 8,5 bilhões em soja, contrariando estimativas do início do ano de que as remessas somariam US$ 8 bilhões. Dessa forma, o complexo soja continuará liderando o ranking de exportações, mas seguido de perto pelo complexo carnes. O segmento de carnes exportou US$ 5,3 bilhões entre janeiro e agosto, 34,5% a mais que os US$ 3,9 bilhões de igual período do ano passado.

Outro destaque é o segmento de açúcar e álcool, que exportou US$ 3,1 bilhões nos primeiros oito meses do ano, 59% a mais que os US$ 1,9 bilhão de igual período do ano passado. As exportações de café somaram US$ 1,9 bilhão entre janeiro e agosto, 57,4% a mais que o US$ 1,2 bilhão do mesmo período do ano passado. Segundo Beraldo, café, carne, açúcar e álcool devem repetir o bom desempenho em exportações em 2006, devido à recuperação de preços e aumento de demanda mundial.

 
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