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 | 20/09/2005 22h06min

Doleiro cita na CPI argentino radicado em SC

Depoimento reforça ligação de empresário com esquema de Marcos Valério

O depoimento do doleiro Antônio Oliveira Claramunt, o Toninho da Barcelona, à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) Mista dos Correios nesta terça reforçou a ligação entre Carlos Alberto Quaglia, argentino radicado em Florianópolis, e Marcos Valério.

A empresa Natimar Negócios e Intermediações Ltda dirigida por Quaglia, que também é doleiro, estaria envolvida em operações de lavagem de dinheiro a serviço do empresário Marcos Valério. Com as revelações de Toninho da Barcelona, o depoimento do argentino à CPI deve ser antecipado.

O deputado federal Sílvio Torres (PSDB-SP) pedirá agilidade no agendamento do depoimento de Quaglia na reunião administrativa de quinta da CPI dos Correios. Segundo o parlamentar, diante das novas revelações, o doleiro argentino terá que ser ouvido nos próximos dias. A convocação de Quaglia foi aprovada há uma semana, porém sem data definida, já que a agenda de depoimentos da CPI estava preenchida até o dia 10 de outubro.

Segundo Toninho da Barcelona, a Natimar operou sim os R$ 6,5 milhões oriundos de duas empresas de Marcos Valério, através de uma conta-corrente na Corretora Bônus-Banval. Da conta da Natimar, o dinheiro fora aplicado no mercado futuro de ouro com o intuito de "esquentar" os recursos que viriam do Exterior. Só que com um detalhe: a Natimar teria apenas emprestado a conta e que toda a operação fora conduzida através do doleiro uruguaio Najun Turner, o mesmo que atuou na chamada Operação Uruguai para livrar o ex-presidente Fernando Collor de Mello do impeachment.

Toninho da Barcelona reforçou a ligação do sócio da Bônus-Banval, Enivaldo Quadrado, com Turner, através da Natimar. As revelações reforçaram as suspeitas entre parlamentares de que o verdadeiro proprietário da Natimar é Najun Turner, preso desde 2002 em São Paulo.

Quaglia também deverá ser chamado para depor na Polícia Federal para explicar as operações na Bônus-Banval. Em Florianópolis, um inquérito já corre sob sigilo na Procuradoria Especializada no Combate ao Crime Organizado do Ministério Público Federal.

Procurado pela reportagem, o doleiro não foi encontrado em casa, estaria em viagem com retorno previsto para quinta-feira. Em entrevista ao DC, publicada no último domingo, o doleiro negou as acusações.

DIÁRIO CATARINENSE
 
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