O seqüestro do prefeito de Santo André, Celso Daniel, deixou o PT em estado de alerta por causa das ameaças de morte feitas aos 37 prefeitos do partido em São Paulo. Daniel, coordenador do programa do plano de governo de Luiz Inácio Lula da Silva à presidência e prefeito em uma cidade onde o PT nasceu, foi seqüestrado por volta das 23h30min de sexta-feira, dia 18, na Zona Oeste de São Paulo. Homens armados interceptaram o carro em ele que viajava como carona, a Mitsubishi Pajero blindada de seu amigo Antônio Bezerra, com quem havia jantado em uma churrascaria nos Jardins.

O seqüestro alarmou os prefeitos petistas, que vêm recebendo ameaças de morte de um grupo que se autodenomina Frente de Ação Revolucionária Brasileira (FARB). Pelo menos 15 chefes do Executivo municipal petistas já foram ameaçados. Na correspondência, a FARB dizia ter nascido em 1998, na Grande São Paulo, para acabar com "políticos ligados à esquerda que estão se aproximando de partidos de centro-direita". A suposta milícia, em uma carta confusa e cheia de erros de português, disse ter nascido com sete pessoas e que contava, em novembro do ano passado, com cerca de 50 militantes ativos.

A carta chegou aos perfeitos em 13 de novembro, dois dias depois da tentativa de seqüestro do Airton Luiz Montanher, prefeito de Ribeirão Corrente (428 km ao Norte de São Paulo). Na ocasião, um grupo armado invadiu a fazenda em que Montanher estava e não conseguiu capturá-lo. O grupo FARB assumiu a responsabilidade pela morte do prefeito de Campinas, Antônio da Costa Santos, o Toninho do PT, assassinado no dia 10 de setembro.