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 | 09/09/2005 15h37min

Severino admite se afastar do cargo

Presidente da Câmara disse que pode se licenciar

Acusado de receber propina, o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), admitiu hoje a possibilidade de se licenciar do cargo, mas reafirmou que não pretende renunciar ao mandato, segundo a Globonews TV. A situação de Severino se complicou na quinta, depois que o empresário Sebastião Augusto Buani confirmou, com riqueza de detalhes, que pagou quase R$ 130 mil ao então primeiro-secretário da Câmara em 2002 para garantir a renovação do contrato de seu restaurante.

Severino, que está em Nova York para um encontro de presidentes de parlamentos, antecipou para a noite desta sexta-feira o retorno ao Brasil. Em Brasília, o presidente da Câmara se reúne com assessores para discutir as denúncias. Na agenda anterior, ele deixaria Nova York no sábado. Em entrevista, Severino disse que tem uma vida pública de 42 anos limpa, afirmou que está disposto a abrir seu sigilo bancário e repetiu várias vezes que "não assinou aquele documento", em referência ao contrato de gaveta que comprovaria o pagamento da propina.

Nos corredores do Congresso, já é dada como certa a saída de Severino e os parlamentares discutem sua sucessão. Já há um movimento, inclusive, para forçá-lo a se afastar imediatamente da presidência, antes da votação no plenário da Câmara do relatório do Conselho de Ética que recomenda a cassação do mandato do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). A votação do relatório está prevista para quarta-feira. Os partidos de oposição, com apoio de alguns parlamentares governistas, prometem boicotar a sessão se Severino ainda estiver no comando da Casa por consideraram que ele não tem condição ética de presidir a sessão.

Até o corregedor da Câmara, Ciro Nogueira (PP-PI), seu maior aliado e a quem Severino chama de 'meu filho', já admite que o correligionário precisa provar sua inocência para permanecer no cargo, embora considere fundamental que seja apresentada uma prova documental, como o cheque que teria sido dado a Severino para pagar parte da propina. O Palácio do Planalto, outro aliado de Severino mas que já está com problemas de sobra, não pretende interferir na crise envolvendo o Congresso.

Pouco antes de seu discurso hoje na Organização das Nações Unidas (ONU), o presidente da Câmara fez elogios à estabilidade da economia brasileira. Severino disse, em discurso a empresários americanos no Conselho das Américas, que a economia se mantém sólida mesmo durante turbulências políticas, mas criticou os juros altos. Apesar das críticas aos juros, Severino elogiou o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.

AGÊNCIA O GLOBO
 
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