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 | 02/09/2005 22h41min

CPI recebe documentos sobre movimentação de Dirceu

Deputado recebeu depósitos da Petrobras em 2003

Os documentos do sigilo bancário que já estão em poder da Comissão Parlmentar Mista de Inquérito (CPI) dos Correios revelaram dois depósitos feitos em janeiro e fevereiro de 2003 pela Petrobras na conta do deputado José Dirceu no Banco do Brasil.

Os R$ 4,678 mil seriam pagamentos referentes à participação de José Dirceu no conselho administrativo da estatal.

Estes pagamentos foram feitos no mesmo período em que Dirceu trabalhava como ministro da Casa Civil, mas recebia como deputado. As provas devem ser anexadas ao processo que Dirceu já responde no Conselho de Ética, onde deve ser o próximo deputado a ser julgado.

– Ele pode ter infligido um artigo específico da Constituição, que diz que perde o mandato o parlamentar que no exercício da função tenha recebido de órgãos públicos alguma remuneração – observou o deputado Júlio Delgado, relator no Conselho de Ética.

Dirceu declarou que já houve pagamento idêntico ao seu para o senador José Jorge (PFL-PE), que também era conselheiro da Petrobras e estava licenciado como parlamentar. Segundo Dirceu, um parecer da área jurídica da Casa Civil considera regular a permanência dele como conselheiro.

Os técnicos das CPIs só devem entregar todo o material sobre os processos de cassação à mesa diretora da Câmara na próxima semana. São 18 pastas, uma para cada deputado acusado, contendo comprovantes bancários do recebimento de dinheiro de Marcos Valério.

De lá vai para a corregedoria, que já está examinando o relatório e promete dar o parecer em 24 horas. Mas o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, decretou recesso branco na semana que vem. Severino Cavalcanti pretende mandar os processos para o Conselho de Ética só no dia 13 de setembro.

–- É fundamental que não se passe a imagem à população de que a mesa esteja tentando abafar, enfim, dificultando a responsabilização daqueles que evidentemente estão envolvidos em ilícitos – disse o deputado Osmar Serráglio (PMDB-PR), relator da CPI dos Correios.

A partir daí o conselho tem 90 dias para concluir os processos e mandar para o Plenário da Câmara, onde o destino político dos 18 deputados acusados será decidido em votação secreta, com no mínimo 257 votos para aprovar a cassação, o que só deverá ocorrer em dezembro.

 
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