Notícias

 | 22/08/2005 20h49min

Noblat diz que não existe jornalismo sem vítimas

Em entrevista online, jornalista disse que não acredita na inocência de Lula

O jornalista Ricardo Noblat, dono de um dos blogs sobre política mais visitados do país, afirmou hoje, em entrevista online ao clicRBS, que não existe jornalismo sem vítimas.

– O deputado Ulysses Guimarães (ou foi Tancredo Neves?) dizia que política não se faz sem vítimas. Jornalismo, também não. Infelizmente – disse o jornalista ao ser perguntado se a atual crise não poderia resultar em denuncismo, como aconteceu com Ibsen Pinheiro (que foi acusado de desviar dinheiro do governo e, depois, ficou comprovada sua inocência).

Sobre se acreditava na inocência de Lula, o blogueiro foi taxativo:

– Claro que Lula sabia do caixa dois do PT. Poderia desconhecer detalhes. Por conveniência.

Noblat também destacou a cobertura feita pela imprensa. O jornalista acredita que os veículos de comunicação estão sendo mais responsáveis e cobrindo melhor a crise atual do que na época de Collor, mas que sempre haverá erros – apesar de considerar que, até agora, não houve nenhum de grandes proporções.

Ricardo Noblat também contou sua rotina e atualização do site. Confira na íntegra do chat. A entrevista online foi realizada pela jornalista Sabrina d’ Aquino do clicRBS, e monitorada por Cláudia Ioschpe.

Internauta: Oi, Noblat! Leio sempre o teu blog e gostaria de saber como tem sido tua rotina com essa loucura toda aí em Brasília.
RN: Acordo por volta das 9h30min. Dou uma olhada nos jornais, porque já os li de madrugada, e fico no blog até a hora do Jornal Nacional. Volto ao blog perto da meia-noite. E saio dele ali pelas 3h. É uma escravidão.

clicRBS: Como separar o joio do trigo na hora de selecionar as informações? Com certeza, você tem fontes confiáveis, mas a internet deve ter ampliado a lista de candidatos a informantes, não?
RN
: Ampliou a lista de informantes, sim. O que me enriquece mais e me frustra mais. Porque não tenho capacidade para apurar sozinho tudo que me mandam. E o trabalho de fazer um blog é solitário. Como não pintou patrocinadores, não tenho como montar equipe.

Internauta: Ok...Você, hoje, não esta mais ligado a nenhuma empresa de comunicação?
RN
: Não, não estou. Vivo do blog. Em março último, fiz um contrato com o IG que hospeda o blog.

clicRBS: Você tem controle e acompanha seus acessos? Quem é seu público, por essas pesquisas? Você costuma se orientar por isso?
RN
: O público é muito diversificado. Tem gente de todos os Estados. Não sei dizer onde tem menos ou mais. E gente de todas as idades. Infelizmente, não tenho pesquisas - salvo uma feita no ano passado. Toco o blog na base da intuição.

Internauta: Mas uma escravidão prazerosa, creio. Tu trabalhas em casa? Não vai ao Congresso?
RN
: Trabalho em casa. E nessa época de CPIs não está dando para sair como eu fazia antes. Já viajei até para fazer coberturas. Com a crise, não posso deixar o blog parado sequer por algumas horas. Na última sexta, fui ao Recife ver meu pai. Cheguei lá às 14h. No hotel, fiquei sabendo da confusão do assessor do Palocci que o denunciara. Voltei no vôo das 16h40 do mesmo dia. Caso contrário, o blog ficaria mais ou menos parado no fim de semana.

Internauta: Não ter equipe implica, então, em informações lançadas com algum grau de risco, ou seja, sem checagem?
RN
: Não ter equipe significa que não posso apurar tudo que me contam. Não passo adiante o que não possa apurar. Porque o erro nos jornais, por exemplo, tem muitos pais, o que significa não ter nenhum. No blog, não. Você, e somente você é responsável pelo erro.

clicRBS: Você concorda que jornalista escreve muito para jornalista? Quero dizer, muitos se importam mais do que os colegas de profissão vão pensar sobre suas reportagens do que com o público em si...
RN
: Concordo. Jornalista ama fazer sucesso entre os coleguinhas. E não leva os leitores tanto em conta como deveria.

clicRBS: Você não sente falta da vida de redação?
RN
: Sinto muita falta da redação sim. Sempre gostei de trabalhar com muita gente em torno.

Internauta: Noblat, ontem o Palocci deu uma bronca no pessoal do judiciário e da imprensa por conta dessa lambança que fizeram com o nome dele e o depoimento do Burati. Como tu avalias isso, essa 'atropelação' de informações nem sempre confirmadas ou provadas?
RN: Acho que a imprensa está sendo mais responsável e cobrindo melhor essa crise em curso do que foi na época do Collor, por exemplo. Acho que ela amadureceu muito. Sempre errará. Não tem como não errar. Mas que fato relevante nesta crise implicou em grande erro? Não lembro.

clicRBS: Palocci citou, em sua entrevista, que os áudios publicados na Veja já haviam sido investigados há um ano e, que na época, ela havia sido procurado por jornalistas. Como nada ficou comprovado, nada foi publicado. Com as atuais denúncias, o material foi requentado. Você considera esse procedimento ético?
RN
: Não vi a entrevista do Palocci. Vi trechos dela. Se isso que você me diz aconteceu de fato, não posso aprovar. Mas não posso garantir que foi assim. Teria que ouvir a Veja.

Internauta: E como é viver de um blog,financeiramente falando?
RN:
O contrato com o IG dá para pagar metade das contas da casa. Quando trabalhava em jornal, pagava todas. A outra metade é paga pela minha mulher.

Internauta: Boa tarde Noblat! Ao tocares o blog na base da 'intuição' não achas que cometes muitos equívocos e injustiças naquilo em que expõem para opinião dos 'blogueiros'?
RN
: Quando falo intuição quero dizer: não tenho um perfil do público que lê o blog. Não tenho outros dados para medir o grau de satisfação ou insatisfação dele. Se levar em conta a audiência, diria que o público deve estar gostando. Caso contrário, a audiência não teria crescido tanto.

Internauta: Como você avalia a explosão dos blogs na cobertura jornalística?
RN:
O blog é um fenômeno recente entre nós. E não será passageiro, creio. É o meio mais rápido de transmitir informações. E nada até aqui o supera em matéria de interatividade. Posto uma notícia agora, em minutos, e você, se quiser, pode comentá-la. Essa é a crise melhor e mais intensivamente coberta da nossa história política.

Internauta: Vamos supor que esta crise política não estivesse acontecendo. Quais os assuntos seriam abordados no seu blog?
RN
: Política em geral. Esse é o tema principal, quase único do blog. Embora o blog tenha um grupo de colaboradores para escrever artigos sobre qualquer assunto.

Internauta: Você acha que na atual crise, pode se repetir o que aconteceu com o deputado Ibsen Pinheiro, um inocente que sofreu as conseqüências do denuncismo?
RN
: Claro que pode acontecer injustiça. Não duvido que aconteça. O deputado Ulysses Guimarães (ou foi Tancredo Neves?) dizia que política não se faz sem vítimas. Jornalismo, também não. Infelizmente.

Internauta: Qual a sua opinião sobre a revista Veja?
RN
: A Veja é a melhor revista semanal do país – goste-se dela ou não.

Internauta: Seu blog funciona, hoje, como uma espécie de contraponto (forte) a posição do governo. Há algum ranço em relação à turma do PT? Uma proximidade maior com a turma da oposição? Ou é assim mesmo?
RN:
Millôr Fernandes disse que jornalismo é oposição, o resto é armazém de secos e molhados. Sempre fiz jornalismo excessivamente crítico, até injustamente crítico muitas vezes. Foi assim, por exemplo, na época do governo Sarney quando trabalhava no Jornal do Brasil. Na eleição de Collor.

Internauta: Alguns deputados e senadores têm utilizado, freqüentemente, seu blog como material nas inquirições nas CPIs . Como funciona? Você os municia? Eles o procuram? Checam as informações contigo?
RN
: Os políticos começaram a descobrir os blogs no início deste ano. Eles mesmos reconhecem a importância crescente dos blogs. Eles mesmos acionam suas assessorias para acompanhá-los. E telefonam perguntando uma coisa ou outra.

Internauta: Não que não haja corrupção no governo Lula, mas também existe grande chance da direita promover um grande circo no intuito de aumentar suas chances no pleito de 2006,o que pensas disto?
RN
: Claro que há. Claro que a direita está se aproveitando da corrupção no governo ou na periferia dele. Do mesmo jeito que o PT fez no passado.

clicRBS: Pode-se dizer que a cobertura da crise está meio que pasteurizada. Você concorda? Algum veículo tem feito algo de diferente?
RN
: A Veja tem se destacado na cobertura da crise. A Folha quando emplacou as duas entrevistas exclusivas com Roberto Jefferson. O Estadão e o Globo, ao meu ver, são os que fazem uma cobertura melhor entre os jornais. Uma cobertura mais regular. Mais densa também.

clicRBS: O discurso de Palocci foi mesmo tão bom assim, para receber a avalanche de elogios que recebeu? Ou ele foi feito em um momento em que população, políticos e imprensa estavam ansiosos demais por alguma declaração firme por parte de algum dos acusados de corrupção no governo?
RN
: Na medida em que falou abertamente, ou passou essa impressão, Palocci se saiu bem. Mas havia uma torcida silenciosa dos políticos e da própria mídia para que ele se saísse bem. Para não pôr em risco a economia. Acho que a entrevista está sendo mais endeusada do que deveria.

Internauta: Noblat, você acredita que a matéria veiculada na Carta Capital desta semana a respeito das relações promíscuas do alto tucanato, em especial do presidente nacional do PSDB, senador Eduardo Azeredo, deve ajudar a mostrar ao país a verdade em sua versão completa sobre o financiamento de campanha, ao menos em relação à história recente?
RN:
Acho que a Carta Capital cumpre o papel de olhar outras coisas que a mídia como um todo não está tão interessada em olhar. Há espaço para todos num momento desses.

Internauta: É, mas a mídia não da muito mais espaço agora do que quando as denúncias eram feitas pelo PT?
RN
: As denúncias do PT tiveram sempre uma boa cobertura – pelo menos de meados dos anos 90 para cá. É que nossa memória é curta. Costuma ser. Fui muito criticado quando criticava o governo de FHC. Diziam que eu estava a serviço do PT. Agora sou criticado por criticar o PT – dizem que sirvo ao PSDB. É porque, repito, a memória coletiva é curta.

clicRBS: Na sua opinião, você acha possível o presidente Lula estar totalmente inocente nessa história?
RN
: Não acho. Claro que Lula sabia do caixa dois do PT. Poderia desconhecer detalhes. Por conveniência.

Internauta: Noblat, alguém com o seu conhecimento da história política do nosso país, como vês figuras como ACM serem colocados como arautos da moralidade e da ética?
RN
: Bem, ACM e outros aí nunca foram nem podem ser tratados como arautos da moralidade. Ocorre que o PT deixou de ser. Ficaram todos iguais. Essa é a maior tragédia. Muitos perderam a referência que tinham. Terão que arranjar outra.

Internauta: O Palocci é o FHC de ontem? Que será presidente amanhã?
RN:
Não creio. Se as investigações foram fundo nessa história da administração de Palocci, ele poderá ficar mal.

Internauta: Noblat, quando te referes que a mídia em geral não está tão interessada em olhar para determinadas coisas em que a Carta Capital possa estar, não evidencia uma parcialidade que desinforma a cidadania brasileira?
RN
: Evidencia. Mas não esqueça que a crise que está aí é culpa do PT e do governo. Ela é o prato da hora. Nela deve se concentrar a atenção de todos. Como no passado a atenção se concentrou em outras crises que atingiram outros governos. O atual quer reduzir a crise a um problema de financiamento de campanhas. Não é só isso. Isso não é sequer o principal.

clicRBS: O que você considera principal nessa crise?
RN
: A corrupção nas empresas estatais, a compra de políticos para apoiar o governo e o aparelhamento do Estado.

clicRBS: O PSOL é o principal candidato a "substituto" do PT como partido ético?
RN
: Talvez seja. É cedo para dizer.

Internauta: De qualquer forma, hoje ou ontem, o papel de seu blog fica caracterizado como instrumento para sentir opiniões da oposição. É assim?
RN:
O blog existe para informar as pessoas. Não brigo com notícias. Publico tudo que me pareça notícia. Quando comento, opino, exerço o direito de manifestar meu pensamento. E aí costumo ver as coisas por um ângulo mais crítico.

clicRBS: Você acredita que a crise sepultará o PT e a carreira política do presidente Lula?
RN
: Não sei. Creio que não. Mas poderá impedir a reeleição de Lula e desmontar o projeto do PT de ficar no poder por muito tempo.

clicRBS: Qual o papel da cafetina (ou promotora de eventos) Jeany nesse rolo todo? Há um temor generalizado em relação ao que ela possa dizer?
RN
: Tem muita gente temerosa com o que Jeany possa dizer. Mas ela é uma dama. O negócio dele para fazer sucesso depende de segredo. Ela não falará.

Internauta: Noblat, você acha que os mais de 800 mil filiados ao PT e os milhões de eleitores e simpatizantes têm que levarem o estigma do comportamento inescrupuloso de um Delúbio e de um Silvio Pereira feitos à revelia de sua base social?
RN
: Claro que não. Mas também não se pode dizer que o comportamento inescrupuloso foi só de meia dúzia de petistas da cúpula. Muito mais gente sabia disso. E calou.

Internauta: Com o seu ibope subindo, você trocaria o IG por um portal pago?
RN
: Você tem alguma proposta a me fazer? Examino todas.

Internauta: Por tudo que passamos o brasileiro pode pensar que a corrupção é natural aos políticos.Como mudar esta imagem?
RN
: Escolhendo melhor os políticos nos quais votamos. A imprensa pode e deve cumprir o papel de examinar melhor a folha corrida dos candidatos. As entidades de classe, também. Os movimentos sociais. Enfim, é um processo de amadurecimento da sociedade. A democracia entre nós é experiência recente e interrompida de vez em quando.

Internauta: Noblat, qual a sua avaliação sobre o comportamento do promotor de Justiça de Ribeirão Preto, ao interromper várias vezes o depoimento do senhor Buratti para ganhar os seus 15 segundos de fama? Isso ajuda a democracia e o fortalecimento das instituições?
RN
: Antes de falar à imprensa, o promotor pediu autorização ao Procurador Geral de SP. E obteve. Ele pode ter desejado seus 15 minutos de fama. Mas acho que se ele não tivesse falado não saberíamos do que disse o Buratti. Foi melhor saber do que não.

clicRBS: Voltando ao trabalho no blog: como nasceu a idéia de construir um blog com informações políticas? Você pensou em outras alternativas independentes antes dessa? Ou não tão independentes assim?
RN
: O blog começou acidentalmente. Eu fazia uma página sobre política no jornal O Dia, do Rio. Aos domingos. E as informações que apurava no começo da semana envelheciam. Alguém me sugeriu aproveitá-las em um blog. Nunca tinha entrado em um. Desenharam o blog e eu comecei a fazê-lo. Quando a página terminou, pensei que deveria terminar o blog. Continuei à falta do que fazer. Foi assim.

Internauta: De qualquer maneira, você arrisca um nome que se fortaleça para o pleito de 2006? Garotinho, Ciro?
RN
: Ainda é cedo para arriscar. O candidato do PSDB, seja qual for, deverá ser forte. Garotinho poderá ser forte se o PMDB o acompanhar.

Internauta: Noblat,quem controla a imprensa e seus exageros?
RN
: Ninguém a controla. Salvo uma sociedade mais organizada e mais crítica em relação ao trabalho da imprensa.

Internauta: Que solução os petistas hoje decepcionados podem ter no futuro?
RN
: Reconstruir o PT. Resgatar seus valores, princípios, boas intenções.

Internauta: Você sinceramente acredita que a mídia é isenta ou representa determinados interesses políticos e/ou econômicos?
RN
: Ela representa interesses de várias naturezas. Mas é melhor para uma democracia ter uma mídia com todos os seus defeitos do que não ter. No passado recente, o Jornal Nacional era governista até à alma. Hoje é menos. Creio que amanhã será bem menos. E assim caminha a humanidade. Entrei no jornalismo quando havia censura. Quando ela acabou, passou a haver a autocensura. Hoje existe bem menos.

Internauta: Noblat, com tantas denúncias que diariamente são feitas, você não acha que a imprensa acaba perdendo o fio da meada? Explico: nesse final de semana, duas matérias, uma no Correio Braziliense (sobre o esquema dos doleiros) e outra na Istoé Dinheiro, sobre os cartões de crédito corporativos do Planalto, não tiveram quase nenhuma repercussão, apesar de serem, na minha opinião, tão ou mais graves que as denúncias contra o Palocci. Você não acha que está faltando uma maior convergência nas investigações?
RN
: As redações estão enxutas demais para a quantidade de assuntos que temos hoje. Não dão conta do recado. E deixam passar matérias importantes como essas.

Internauta: Você compraria um carro usado do ministro Antonio Palocci?
RN:
Se o carro fosse baratinho, sim. Mas baratinho.

Internauta: O que você acha do Severino, e como isto foi acontecer?
RN
: Severino é um desastre. Um retrocesso. O culpado disso é o PT. Que disputou com dois candidatos.

Internauta: A imagem dos oito anos de FH prejudica a campanha do PSDB?
RN
: Prejudica. A rejeição ao governo FHC é alta.

clicRBS: Severino Cavalcanti foi vaiado agora em São Paulo por empresários. O impeachment é uma alternativa descartada pela oposição por causa do presidente da Câmara?
RN
: Não é. Se Lula fosse impedido, Severino assumiria por 30 dias e o Congresso elegeria um presidente para completar o mandato de Lula.

Internauta: Rigotto não esconde que a candidatura à presidência é uma opção. Ele teria chance de ter um bom desempenho no sudeste do país?
RN:
Não sei dizer. Rigotto é um nome regional. Como Lerner foi. Antes, ele precisava virar um nome nacional. Como Alckmin precisa se quiser ter chances. Serra é porque disputou a eleição anterior.

Internauta: Essa competição para trazer novos furos de reportagem não põe em risco a cobertura dos escândalos e a sua credibilidade? Já que boas histórias rendem prestígio e mais anúncios...
RN
: O furo é bom. Ele faz a diferença. Atrai mais leitores. Dá mais prestígio. Nem por isso deve ser a única razão de ser de uma cobertura. Nem deve prejudicar o resto da cobertura.

Internauta: O Jornal Nacional era governista quando a direita estava no poder, agora com a esquerda ele é oposição, é isso?
RN
: O Jornal Nacional não está na oposição. Apenas está publicando tudo - ou quase tudo. Sua cobrança fará sentido se ele deixar de se comportar assim caso a oposição de hoje derrote o governo amanhã.

RN: Tenho que tocar o blog. Obrigado a vocês.


 
SHOPPING
  • Sem registros
Compare ofertas de produtos na Internet

Grupo RBS  Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2010 clicRBS.com.br • Todos os direitos reservados.