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 | 19/08/2005 14h35min

Palocci nega acusações de ex-assessor

Rogério Buratti diz que ministro receberia propina mensal de R$ 50mil

O ministro da Fazenda, Antônio Palocci, negou com veemência no início da tarde desta sexta que tenha recebido ilegalmente R$ 50 mil mensais da empresa Leão & Leão quando era prefeito de Ribeirão Preto (SP).

A denúncia de que Palocci receberia a propina foi feita pelo ex-assessor do ministro Rogério Buratti e divulgada pelo promotor Sebastião Sérgio da Silveira. O promotou conversou com Buratti, que está na Delegacia Seccional de Ribeirão Preto (SP), na manhã desta sexta.

Segundo Buratti, os recursos ilegais seriam repassados ao então tesoureiro do PT, Delúbio Soares, que os utilizaria para financiar campanhas do partido. Buratti fez um acordo com promotores para revelar tudo o que sabe sobre irregularidades em prefeituras paulistas, em troca de redução de pena. Segundo informou o promotor, o pagamento da propina era feito para que a prefeitura mantivesse o contrato de prestação de serviços de coleta de lixo com a Leão & Leão. Os pagamentos teriam ocorrido entre janeiro de 2001 e novembro de 2002, quando Palocci deixou a prefeitura para colaborar na campanha de Lula e posteriormente assumir o Ministério da Fazenda.

Em nota, o ministro confirmou que a empresa Leão & Leão fez doações para a sua campanha à prefeitura de Riberião Preto, operação que teria sido contabilizada e enviada ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo. Palocci ainda criticou o promotor Sebastião Silveira por divulgar informações obtidas em um depoimento, sem que houvesse confirmação dos fatos.

"A indiscrição de autoridades e o modo como foram dadas as declarações configuram total desrespeito a regras jurídicas e podem prejudicar o bom andamento das investigações. A Lei Orgânica do Ministério Público Estadual obriga os promotores a resguardar o sigilo do conteúdo de documentos ou informações obtidas em razão do cargo ou função", diz a nota.

Pouco antes da divulgação da nota, o secretário-geral do PT Ricardo Berzoini havia afirmado que Palocci teria de se explicar o mais rapidamente possível à sociedade.

O mercado financeiro brasileiro reagiu mal às denúncias na manhã desta sexta. Às 11h17m, o dólar à vista disparava 4,03% e era negociado por R$ 2,474 na compra e R$ 2,476 na venda. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) caía 2,65%, com 26.185 pontos. O volume financeiro era de R$ 383,3 milhões.

• A íntegra da nota, divulgada pela assessoria de imprensa do Ministério da Fazenda


A Assessoria de Comunicação Social do Ministério da Fazenda informa:

1 - O Ministro da Fazenda, Antonio Palocci, nega com veemência a veracidade da informação de que recebeu recursos da empresa Leão&Leão quando exercia o cargo de prefeito do município de Ribeirão Preto.

2 - O Ministro da Fazenda nega com a mesma veemência que seu ex-assessor Ralf Barquete recebesse recursos da empresa Leão&Leão para serem repassados ao diretório nacional do PT, conforme afirmou o promotor Sebastião Sérgio de Silveira.

3 - O ministro Antonio Palocci afirma que recebeu contribuições em sua última campanha para a prefeitura de Ribeirão Preto da empresa Leão&Leão e de outras empresas, o que está devidamente registrado na prestação de contas levada ao Tribunal Regional Eleitoral. Tais contribuições foram feitas e registradas com absoluta observância da legislação eleitoral.

4 - A indiscrição de autoridades e o modo como foram dadas as declarações configuram total desrespeito a regras jurídicas e podem prejudicar o bom andamento das investigações. A Lei Orgânica do Ministério Público Estadual obriga os promotores a "resguardar o sigilo do conteúdo de documentos ou informações obtidas em razão do cargo ou função".

5 - Ao Ministro Antonio Palocci interessa a completa elucidação dos fatos. Isto não será alcançado com a precipitada divulgação de alegações parciais e infundadas.

RÁDIO GAÚCHA E AGÊNCIA O GLOBO
 
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