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 | 10/08/2005 17h57min

Lista misteriosa centraliza discussões em Brasília

Relator de CPI diz que documento será ignorado, se não for comprovada origem

A lista de origem desconhecida com 105 nomes –muitos grandes políticos, como o governador mineiro Aécio Neves (PSDB) – desviou as atenções dos depoimentos nesta quarta em Brasília. O documento teria sido entregue ao vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Mensalão, Paulo Pimenta (PT-RS) após o depoimento de Marcos Valério.

O relator da CPI, Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG), afirmou que, se não for confirmada a origem da lista, o documento não será utilizado para as investigações.

A confusão começou quando, em sessão conjunta das CPIs do Mensalão e dos Correios, Pimenta apresentou a lista e se contradisse ao explicar sua origem. Primeiro, ele teria dito que pegara a lista após o depoimento de Marcos Valério, no carro do empresário, durante a madrugada. Depois, ele disse que os papéis já estavam circulando entre os integrantes da comissão e que faziam parte do processo do Superior Tribunal Federal (STF) contra Valério.

Abi-Ackel, no entanto, disse que assessores entraram em contato com o STF, que não confirmou os nomes que constam na listagem. O presidente da CPI da Compra de Votos, senador Amir Lando (PMDB-RO), informou que vai pedir ao Supremo a íntegra do processo. O deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ) também ressaltou que a lista não se refere a nenhum processo que tramita no STF. De acordo com o deputado, não há documento do Supremo nas comissões. Paes também destacou que nenhum parlamentar sabe de onde surgiu a relação.

A lista, além de confusão, também ameaça causar mudanças nos partidos. O documento colocou mais dúvidas sobre a autoridade do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) à frente da presidência nacional do PSDB. Durante a sessão, a deputada federal Zulaiê Cobra (PSDB-SP) pediu o afastamento dele do comando do partido.

Azeredo virou alvo porque, em 1998, era candidato à reeleição ao governo de Minas Gerais. De acordo com investigações da CPI dos Correios, o esquema montado por Marcos Valério teria sido realizado pela primeira vez para operar o financiamento da chapa liderada por Azeredo. O empresário já confirmou ter emprestado recursos a políticos mineiros.

Com informações das agências Senado e O Globo.

 
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