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 | 05/08/2005 22h20min

Polícia investiga cafetina do Mensalão desde 2003

Jeany Mary Córner aliciava mulheres para políticos de Brasília

Desde 2003, a Polícia Civil do Distrito Federal investiga a cafetina Jeany Mary Córner, conhecida agora como a "cafetina do mensalão", pelo aliciamento de mulheres, inclusive menores de idade, para a prostituição de luxo em Brasília, tendo como público alvo, os políticos.

A misteriosa Jeany virou personagem da CPI dos Correios depois que o senador Demóstenes Torres (PMDB-GO) disse, na última quarta-feira, que ela ajudava a organizar orgias para políticos beneficiados pelo mensalão, segundo informações da Polícia Federal.

Pelo menos uma das festas teria ocorrido na suíte presidencial do hotel Grand Bittar, um cinco estrelas usado também como local de distribuição de dinheiro do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza a parlamentares. Na agenda da secretária Fernanda Karina, há a reserva de uma suíte presidencial no hotel nesta época.

A Polícia Civil constatou que Jeany aliciava mulheres em São Paulo, Rio, Paraná e Goiás. O valor dos programas giraria em torno de R$ 1,5 mil a R$ 2 mil, mas há relatos indicando também que o preco podia ser bem mais baixo, entre R$ 300 e R$ 500. As garotas ficavam hospedadas em hotéis ou num apartamento conjugado, na sobreloja de um modesto prédio comercial na Asa Norte, onde Jeany morou em 2003.

Um funcionário do Grand Bittar confirmou que a cafetina agencia programas com prostitutas para políticos e executivos em diversos hotéis da cidade, como os sofisticados Blue Tree e o Bonaparte. Ele contou que Jeany é muito conhecida na capital federal: discreta, ela acerta a contratação das prostitutas por telefone. Poucos a conhecem pessoalmente. O funcionário a descreve como uma senhora de pele morena, de estatura baixa, magra e com aparência de 45 anos.

– Jeany é a cafetina mais famosa de Brasília. Todo mundo do meio empresarial e político já ouviu falar dela. Nos últimos dias, muitos colegas comentaram comigo o surgimento do nome da Jeany nas investigações da CPI – conta o funcionário.

A cafetina já apareceu em outra investigação conduzida pelo Ministério Público. Nesse caso, envolvendo o então deputado distrital do DF Pedro Passos, acusado de grilagem. Passos teria contratado os serviços de Jeany para animar uma festa durante a campanha pela reeleição do governador Joaquim Roriz (PMDB) em 2002. Realizada após a apresentação de uma dupla sertaneja, a festa teria exigido muito empenho das garotas, o que levou Jeany a cobrar um valor extra. A conversa dessa negociação foi gravada com autorização judicial e está em poder do Ministério Público Federal.

O funcionário do Grand Bittar contou que conhece a cafetina desde 2000. Segundo ele, a maioria das mulheres contratadas por ela é de fora da cidade. Jeany administra o negócio com mão de ferro:

– Ela tem um jeito assim meio brava, machona. São os mensageiros do hotel que têm o telefone dela. É só pedir.

Em 2003, a Polícia Civil constatou que Jeany costumava freqüentar uma boate chamada Show Bar, atualmente desativada, e o Bar Chilob, também na Asa Norte. A cafetina manteria também um telefone em São Paulo. A mulher que atendeu o telefone e se identificou como Maria disse que não conhece Jeany

As informações são da Agência O Globo.


 
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