Durante evento para anunciar o programa que pretende incentivar o turismo paulista no Rio de Janeiro e vice-versa, na manhã de hoje, o prefeito de São Paulo, José Serra, criticou o esquema de "acordão" entre situação e oposição para garantir a governabilidade do país.

– Eu sou contra mecanismos de acordão. Trocar uma coisa pela outra, não adianta, porque não dá certo esconder nada. Os fatos vão atropelar, pois existe investigação. Se for jogar para debaixo do tapete todos os problemas atuais, a democracia no país vai ficar muito prejudicada e a credibilidade da classe política, que convenhamos está muito abalada, ficará pior ainda.

Sobre o depoimento do presidente do PSDB, Eduardo Azeredo, na CPI dos Correios, nesta terça-feira, em Brasília, Serra disse que espera seus esclarecimentos para manifestar qualquer opinião sobre seu afastamento da direção nacional do partido.

– O Azeredo vai explicar o que está sendo atribuído a ele. Acho mais adequado esperar ele falar, antes de dizer qualquer coisa.

O prefeito de São Paulo demonstra a mesma opinião do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso de que as declarações sobre financiamento de campanha envolvendo Azeredo em 1998, divulgadas pelo jornal O Globo, semana passada, pode ser uma tentativa de tirar o foco dos acontecimentos atuais.

- É interessente separar as duas coisas. Uma é o assalto ao Estado que está acontecendo no Brasil a cada dia. É quase impossível que alguém saiba dizer de memória todas as encrencas que estão acontecendo por todos os lados. Outra é o financiamento de campanhas eleitorais que constitui um problema muito importante que pode e deve ser investigado – disse.– Eu acho que está havendo uma tentativa de tirar do foco, porque o foco principal é o desvio de dinheiro do governo para o bolso de pessoas, parlamentares e cidadãos comuns com finalidades escusas.

As informações são da Agência O Globo.