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 | 01/08/2005 07h46min

Rigotto discute no Uruguai alíquota mais alta para arroz

Governador analisará questões bilaterais com Tabaré Vázquez

O governador Germano Rigotto levará hoje ao presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, uma das principais preocupações dos produtores rurais gaúchos – a importação de arroz de países de fora do Mercosul. Rigotto vai propor a elevação da Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul incidente sobre o cereal. O aumento do imposto para importação de grãos de países de fora do bloco evitaria em parte os prejuízos aos produtores rurais brasileiros por causa da concorrência com o cereal.

– Não há por que estar entrando arroz de outros países de fora do Mercosul. Vou colocar ao presidente Tabaré Vázquez a importância de que o Uruguai apóie uma TEC de 35%, que é o máximo que se pode ter. É preciso que haja um acordo entre os países do Mercosul – afirmou Rigotto, ao chegar a Montevidéu ontem à tarde.

Os problemas dos produtores se agravaram no ano passado, quando o Brasil atingiu a auto-suficiência na produção de arroz, ultrapassando as 12,5 milhões de toneladas (o Rio Grande do Sul é responsável por metade desse volume). A TEC do Mercosul é zero para países-membros. Para países de fora do bloco, já esteve em 35%, mas atualmente é de 12%. O Brasil importa 380 mil toneladas de arroz dos Estados Unidos e também da Tailândia.

O outro problema para os arrozeiros é interno ao Mercosul. Mesmo sendo auto-suficiente, o Brasil importa 1,2 milhão de toneladas de arroz do Uruguai e Argentina. Os arrozeiros pedem a regulamentação das importações, por meio de cotas e tributos, para que o grão seja menos competitivo diante do arroz nacional. Rigotto entende que essa questão deve ser tratada em nível doméstico, com o governo brasileiro.

– É claro que hoje existe este conflito, porque está entrando muito arroz do Uruguai e da Argentina, competindo com o arroz nacional. Mas aí é uma questão muito nossa. Temos de ter medidas compensatórias do governo brasileiro para nossos produtores de arroz. Eles produzem com insumos muito mais altos, do que o insumo que é cobrado na Argentina e no Uruguai – afirmou.

Ao lado do secretário do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais, Luis Roberto Ponte, o governador chegou à capital uruguaia às 17h20min, com mais de seis horas de atraso devido à forte neblina, que obrigou ao fechamento do Aeroporto Carrasco. O avião do governo do Estado deveria ter deixado o Aeroporto Salgado Filho às 11h. No período em que ficou aguardando a liberação do vôo, o governador permaneceu na sala VIP, lendo o resumo dos jornais de domingo.

O primeiro compromisso de hoje será um café da manhã com representantes da Câmara da Indústria do Uruguai, em que o governador fará uma exposição sobre a Expointer e convidará as empresas uruguaias a participar da feira. O retorno de Rigotto ao Rio Grande do Sul está marcada para o final da noite.

RODRIGO LOPES/ZERO HORA

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