Depois de um início de semana marcado por fortes perdas, o mercado financeiro mostra uma recuperação técnica hoje. O dólar chegou a subir mais de 2% no início dos negócios, mas inverteu a tendência e fechou a manhã em baixa de 0,77%, cotado a R$ 2,441 na compra e R$ 2,443 na venda. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou o período em alta de 1,12% e com R$ 621,1 milhões em negócios. O risco-país sobe 0,71%, aos 421 pontos centesimais.

Fatores técnicos e políticos abortaram o que seria mais um dia de mau humor. Um deles foi o anúncio do Tesouro Nacional de que não vai comprar dólares no mercado enquanto durar o atual quadro de instabilidade. O anúncio tranqüilizou tesourarias bancárias, já que um forte comprador estará fora do mercado.

Outro motivo foi a aparente falta de novidades no aguardado depoimento de Renilda de Souza, mulher do publicitário Marcos Valério, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios. Havia forte expectativa em torno do depoimento.

Com a agenda econômica escassa, as atenções continuam concentradas no depoimento de Renilda. Logo no início de sua fala, a mulher do homem acusado de ser o operador do mensalão disse não ter conhecimento ou participação nos negócios do marido. Ela não soube justificar o aumento brusco de seu patrimônio.

Os analistas também ressaltaram os fundamentos econômicos positivos, mesmo em meio à crise política. Inflação em baixa, balança comercial superavitária e contas públicas controladas são alguns dos pontos positivos apontados. No mercado futuro de juros, as projeções dos juros abandonaram a alta da véspera e fecharam a manhã em baixa.

Na quinta-feira o Comitê de Política Monetária (Copom) irá divulgar a ata da sua última reunião, na qual haverá detalhes sobre a manutenção da taxa Selic em 19,75% ao ano e possíveis sinais sobre o futuro da política monetária.

As informações são da Agência O Globo.