A jornalista Melissa Monteiro, que entrevistou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Paris na última semana, afirmou em artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo que é alvo de calúnias desde a divulgação do vídeo, classificado por ela como um furo de reportagem.

Em viagem oficial à França, Lula concedeu entrevista exclusiva à jornalista, free-lancer de uma produtora independente francesa. A entrevista, comprada pelo Fantástico, da Rede Globo, foi exibida no último domingo.

Foi o primeiro comentário do presidente sobre versões apresentadas pelo ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e pelo publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza para justificar o escândalo financeiro envolvendo o PT.

Lula ressaltou que não participava mais das decisões do partido e que este ficou fragilizado porque muitos quadros foram afastados da direção para participar do governo. O presidente chegou a condenar a atitude dos dirigentes que, segundo os últimos depoimentos, montaram um esquema de caixa 2 para financiar as campanhas eleitorais.

"Sinto-me covardemente atacada pelo fato de não estar vinculada aos veículos que monopolizam a informação no Brasil", afirmou Melissa no artigo.

A jornalista ainda falou sobre suspeitas de que a entrevista teria sido previamente acertada e de que as declarações do presidente teriam sido semelhantes às de Delúbio Soares e de Marcos Valério em entrevistas concedidas ao Jornal Nacional, também da Rede Globo: "Para os invejosos, é mais fácil enxergar um complô do que reconhecer com humildade o meu êxito profissional. Muitos egos amargurados, que correram atrás do presidente Lula durante dias em vão, preferiram criticar minhas perguntas do que simplesmente aceitar o principal: foram elas que arrancaram da boca do presidente palavras sobre a crise política, enquanto as perguntas pseudo-inteligentes e arrogantes obtiveram o silêncio como resposta."