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 | 18/07/2005 12h38min

Esquerda do PT estuda deixar o partido

Preocupados com a crise petistas analisam possibilidade de filiação ao P-SOL

Preocupados com a crise política no partido, um grupo de deputados que integra a esquerda do PT avalia a possibilidade de deixar o partido. O prazo limite para uma decisão é setembro, quando ocorre o processo de eleição direta para o comando da legenda. Na data, o grupo saberá, então, que espaço terá no comando da legenda.

Alguns deputados já iniciaram conversas com o P-SOL. O deputado Walter Pinheiro (PT-BA), que integra a tendência radical Democracia Socialista, relata que está conversando com a senadora Heloísa Helena (P-SOL-AL). A angústia na esquerda do PT cresceu depois que o ex-tesoureiro Delúbio Soares admitiu que fazia caixa dois para o partido.

– Estamos conversando. Muitos deputados da esquerda podem deixar o partido. O P-SOL é uma possibilidade concreta para nós. Mas temos que ter o cuidado para que não se repita o erro que o PT cometeu de verticalizar o comando partidário – contou Pinheiro.

A senadora Heloísa Helena confirma as negociações:

– O P-SOL está trocando idéias com vários deputados da esquerda do PT –diz.

Os deputados das tendências de esquerda, que somam cerca de 30 parlamentares, analisam três possibilidades para o futuro do grupo, caso seja vitorioso nas eleições diretas o Campo Majoritário, tendência mais alinhada ao presidente Lula e há até pouco comandada pelo deputado José Dirceu (PT-SP) e o ex-presidente José Genoino.

Um grupo defende a saída imediata do PT, enquanto uma parcela menor quer permanecer no partido, mas com a proposta de radicalizar na disputa interna. Outros analisam ainda a possibilidade de abandonar definitivamente a militância político-partidária. Esse é o grupo dos desiludidos.

O deputado Chico Alencar (PT-RJ) avalia que o processo de eleição direta no PT pode gerar um anticlímax no partido. Apesar de ter 800 mil filiados, a cúpula do partido teme que menos de 80 mil petistas compareçam às urnas em setembro. Segundo Alencar, está faltando humildade para a atual cúpula petista conduzir o grave momento do partido, e considera que isso pode levar um grupo de deputados a sair da legenda.

A mesma visão é compartilhada pelo deputado João Alfredo (PT-CE), principal liderança do grupo político do qual faz parte a prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins.

– Só nos restam duas opções: continuar no esforço de mudar a cara do partido, ou sair a tempo de se filiar em outra sigla – diz Alfredo.

Embora já estejam discutindo a possibilidade de debandada, o grupo de esquerda do PT ainda tem esperança de que seus representantes conquistem maiores espaços na cúpula do partido no processo de eleição direta, que ocorre em setembro.

As informações são da Agência O Globo.

 
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