Mesmo banco a dar o empréstimo milionário ao PT com o aval do empresário Marcos Valério, o BMG fez doações a campanhas do partido no Rio Grande do Sul nas eleições de 2004.

Na Capital, petistas receberam R$ 30 mil da instituição financeira. O valor, declarado à Justiça eleitoral, foi admitido ontem pelo presidente do diretório municipal de Porto Alegre, Waldir Bohn Gass.

– Não sei exatamente quais são os critérios do BMG e de outros bancos que contribuíram com o PT. Imagino que, pela referência que é, a cidade tenha sido beneficiada – afirmou.

Além de apoiar a candidatura de Raul Pont à prefeitura em Porto Alegre, a instituição financeira também contribuiu com candidatos a vereador pela sigla no Interior. Até a noite de ontem, a assessoria do BMG não havia enviado resposta sobre as motivações e o total de beneficiados no Estado. Bohn Gass negou a existência de empréstimo do diretório da Capital com qualquer banco: 

– Que eu saiba, isso é nacional. Um dos empréstimos que o PT nacional fez foi com o BMG, mas aí é do partido (nacional).

Responsável por boa parte da dívida gaúcha do PT, a corrida à prefeitura de Porto Alegre, no ano passado, gerou um rombo de cerca de R$ 2,6 milhões. A estratégia para pagar o montante devido é ampliar a arrecadação entre os filiados e simpatizantes, sobretudo, ainda mais agora, sem o percentual repassado pelos cargos de confiança na prefeitura. O diretório conta ainda com a ajuda do ex-prefeito e recém eleito presidente nacional do PT, Tarso Genro, como facilitador da transferência de recursos.

O presidente estadual do partido, David Stival, disse não lembrar do valor exato da dívida no Estado, mas garantiu que se tratam de débitos de 2002 que estão sendo quitados. O tesoureiro do diretório estadual, Cristian Silva, afirmou que o valor não chega a R$ 400 mil, referente, na maioria, a gastos da campanha ao Piratini em 2002 e a "alguns de 2004".

CAROLINA CARVALHO/ZERO HORA