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 | 01/07/2005 08h06min

CPI convoca prefeito de Passo Fundo para depor

O pedetista Airton Dipp presidiu Correios até dezembro 2003

O prefeito de Passo Fundo, Airton Dipp (PDT), que presidiu a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) até dezembro de 2003, está entre os alvos da CPI que investiga supostas irregularidades na estatal. A suspeita da CPI é um contrato firmado por Dipp no valor de R$ 72 milhões com três agências de publicidade, entre as quais a SMP&B Comunicação Ltda, do publicitário Marcos Valério de Souza, apontado como intermediário do pagamento de mesadas a deputados.

O gaúcho, que se elegeu prefeito de Passo Fundo em 2004 pelo PDT, deverá depor na CPI no dia 13 de julho. Dipp assinou o contrato em 5 de dezembro de 2003, para vigorar em 2004. Além da SMP&B, venceram a licitação as agências Link Bagg Comunicação e Propaganda Ltda, com sede em Salvador, e a Giovanni FCB SA, com sede no Rio. No fim de 2004, o contrato com as empresas foi prorrogado por mais um ano através de um aditamento, por decisão do sucessor de Dipp na presidência dos Correios, o peemedebista João Henrique de Almeida Souza. Desta vez, entretanto, o valor diminuiu para R$ 18 milhões. O que intriga integrantes da CPI é o fato de o mesmo serviço poder ser feito, de um ano para o outro, com uma diferença de 75% no valor estabelecido.

– Eu quero entender o que muda de um ano para o outro. Por que em 2004 foram precisos R$ 72 milhões para publicidade da estatal e, em 2005, o mesmo serviço saiu por R$ 18 milhões? Será que não é porque 2004 foi ano eleitoral? – questiona o deputado Onyx Lorenzoni (PFL).

No fim da tarde de ontem, Dipp justificou à Agência RBS a diferença no valor destinado à publicidade como uma decisão de diretorias diferentes.

– Toda empresa tem verba para publicidade e patrocínio, e quem decide o valor que será destinado a este fim é a diretoria. Na minha época, decidimos empenhar R$ 72 milhões. A decisão do ano seguinte foi de outro diretor e, sobre isso, não posso opinar. Ele pode simplesmente ter decidido reduzir os gastos com publicidade naquele ano, ou então não ter tido tantos lançamentos de produtos novos – justificou o prefeito.

Dipp também garante que nunca se encontrou com Marcos Valério. O publicitário só passou a trabalhar diretamente com a estatal a partir de 2004, quando Dipp já tinha deixado o cargo. Ontem, procurado pela Agência RBS, João Henrique de Almeida Souza não se pronunciou sobre o assunto.

Souza foi demitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva há poucas semanas, em meio às denúncias de corrupção envolvendo a estatal. Ele pertencia à cota do PMDB, partido do ministro das Comunicações, Eunício Oliveira, ao qual os Correios estão subordinados.

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