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 | 27/06/2005 16h03min

Mortes por armas de fogo no Brasil é maior que de países em guerra

Homicídios brasileiros cresceram 542,7% entre 1979 e 2003

O número de mortes por armas de fogo registradas no país nos últimos 10 anos superou o número de vítimas de 26 conflitos armados no mundo. Desde 1979, morreram no Brasil 325.551 pessoas por armas de fogo, uma média de 32.555 mortes por ano. Os dados são da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), publicados hoje no estudo Mortes Matadas por armas de fogo no Brasil de 1979 a 2003.

Coordenado pelo sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, o estudo revela que, entre 1979 e 2003, as armas de fogo tiraram a vida de 550 mil pessoas. Em 24 anos, as vítimas de armas de fogo cresceram 461,8%, enquanto a população mundial aumentou apenas 51,8%. Em 1979, as mortes por armas de fogo representavam 1% do total de óbitos do país, enquanto que em 2003, o número representa 3,9% do total de mortes.

O uso de armas de fogo foi maior nos homicídios, que registraram crescimento de 542,7% no período da pesquisa. Os suicídios por armas de fogo cresceram 75% e as mortes causadas por acidentes com armas de fogo caíram 16,1%.

Do total de mortos por armas de fogo no período, 44,1% foram jovens entre 15 e 24 anos. Nessa faixa etária, a mortalidade por armas de fogo passou de 7,9%, em 1979, para 34,4% em 2003. O dado exemplifica que um em cada três jovens que morrem no país é ferido por bala.

As armas de fogo também aparecem na pesquisa como a terceira causa de morte entre os brasileiros, atrás somente das doenças do coração e das doenças cerebrovasculares. Entre os jovens, contudo, as armas de fogo aparecem como a principal causa de mortalidade. Em seguida, vêm as mortes no trânsito.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou em Brasília, que o relatório permite ao Brasil atualizar dados colocando novos argumentos para que a Câmara vote ainda nesta semana o decreto legislativo que marca a data do referendo sobre o uso de armas. Calheiros é o autor do projeto do decreto, que busca a consulta popular sobre as armas de fogo no Brasil.

As informações são da Agência Brasil.


 
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