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 | 24/06/2005 17h38min

PIB Brasileiro perde R$ 35,6 bilhões com a crise da agropecuária

Frustração de safra por causa da seca na Região Sul provoca queda

O Produto Interno Bruto (PIB) do Agronegócio em 2005 apresentará uma retração de R$ 10 bilhões em relação aos resultados do ano passado. Esse prejuízo dos produtores rurais gera uma redução adicional de outros R$ 25,6 bilhões no PIB de outros segmentos econômicos. A crise no campo traduz-se em uma queda de R$ 35,6 bilhões no PIB total do Brasil em 2005.

A dimensão do prejuízo que o país terá devido à crise no campo foi calculada a partir dos resultados de estudo da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Cepea/Esalq-USP), sobre o comportamento do PIB da agropecuária acumulado entre janeiro e março. Os dados, divulgados nesta sexta, dia 24, comprovam a desaceleração da atividade no campo, principalmente nas lavouras, segundo o chefe do Departamento Econômico da CNA, Getúlio Pernambuco.

Os números acumulados no primeiro trimestre permitem projetar que o PIB da agropecuária será de R$ 150,69 bilhões em 2005, 6,6% menor que os R$ 160, 65 bilhões do ano passado. A queda do PIB da agropecuária tem motivos facilmente identificáveis. O primeiro é a frustração de safra, principalmente devido à seca na Região Sul, forte produtora de grãos.

Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostram que o Brasil deverá colher 113 milhões de toneladas este ano, queda de 4,6% na comparação com as 119 milhões de toneladas do ano passado.

Além disso, a CNA divulgou que as exportações do agronegócio brasileiro ainda apresentam resultados positivos, mas perderam a velocidade de crescimento que foi marca do setor nos últimos anos. Entre janeiro e maio deste ano, as exportações do setor somaram US$ 15,9 bilhões, 13,5% a mais que os US$ 14 bilhões registrados em igual período do ano passado. Esses US$ 14 bilhões de exportações do agronegócio acumulados entre janeiro e maio de 2004 foram, portanto, valor 32,5% maior que os US$ 11 bilhões das exportações do setor nos cinco primeiros meses de 2003.

– O ritmo de crescimento das exportações caiu pela metade – diz o chefe do Departamento de Assuntos Internacionais e de Comércio Exterior (Decex) da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Nos primeiros cinco meses do ano passado, o agronegócio foi responsável por 41,5% do total das exportações brasileiras no período. Entre janeiro e maio de 2005, o agronegócio reduziu sua participação no total das exportações brasileiras para 36,8% do total.

O resultado das exportações do agronegócio deste ano, menos positivo que o do 2004, deve-se principalmente aos problemas enfrentados no mercado de soja, que é o carro-chefe das exportações do setor. Este ano, havia expectativa de ampliação da oferta do grão, mas o resultado final foi uma colheita em volume semelhante ao do ano passado. As vendas do complexo soja somaram US$ 3,24 bilhões até maio, 10,2% a menos que os US$ 3,61 bilhões de igual período do ano passado.

As informações são da CNA.

 
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