O representante da Unesco no Brasil, Jorge Werthein, entregou nesta quinta, dia 5, ao presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE), um relatório que classifica o Brasil como o segundo com o maior número de mortes por armas de fogo. O país perde somente para a Venezuela.

Os dados indicam que os homicídios por armas de fogo são a principal causa de morte no Brasil, com uma taxa de 21,72 pessoas mortas por cada grupo de 100 mil habitantes.

O levantamento foi feito em 57 países, entre 2000 e 2004, com base em dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Outro estudo indica que em cinco capitais (São Paulo, Porto Alegre, Belém, Salvador e Rio de Janeiro), e no Distrito Federal, 35% dos estudantes já viram uma aram de fogo dentro da escola.

– Cerca de 100 pessoas morrem diariamente no Brasil vítimas de armas de fogo. Precisamos disseminar a cultura do desarme no país e aprovar o referendo que limita a venda legal de armas – disse Werthein.

O presidente da Câmara disse que está empenhado em votar o projeto, mas que isso depende do governo – numa referência à queda de braço entre PT e PFL.

Os pefelistas só aceitam votar o referendo junto com o projeto que prevê o fim da verticalização nas coligações eleitorais (o que permite coligações diferentes em níveis municipais, estaduais e federal). Já haveria, no entanto, um acordo para que as duas matérias sejam votadas na Comissão de Cidadania e Justiça (CCJ) na terça-feira.

A Venezuela, país campeão mundial de mortes por armas de fogo, registra taxa de 22,15 homicídios entre 100 mil habitantes. Porém, o Uruguai é o primeiro na lista com a maior taxa de suicídios com armas de fogo: 71,8 pessoas a cada 100 mil habitantes.

Na Argentina, 4,34 pessoas em cada 100 mil habitantes morrem assassinadas por armas de fogo, uma taxa quatro vezes menor que a brasileira. Dos 57 países que a Unesco comparou para o estudo, o que registra menor taxa de mortalidade por armas de fogo é o Japão, com 0,06 mortes a cada 100 mil habitantes.

Com informações da GloboNews e da agência Reuters.