Quatro policiais federais foram libertados na manhã deste sábado, dia 30, em Roraima, após passar oito dias sob detenção de índios da Reserva Raposa Serra do Sol. O presidente da Sociedade em Defesa dos Indígenas Unidos de Roraima (Sodiur) José Novaes, negou que os agentes tenham sido feitos reféns, mas admitiu que eles estavam detidos na comunidade indígena.

Em entrevista à Rádio CBN o líder indígena afirmou que a libertação ocorreu sem que tivesse havido um acordo. Conforme Novaes, a comunidade aguarda uma alteração na homologação das terras da Reserva Raposa Serra do Sol em Aracuntina, no norte de Roraima, por via da Justiça.

– Não houve negociação, nem acordo mas bom senso. Chegamos ao ponto de conversarmos e saber que o procedimento não era ficar com as pessoas detidas. Vamos buscar os meios da Justiça.

Novaes acrescentou que o clima na reserva é tranqüilo, embora de angústia com a situação, que classificou como de "traição" por parte do governo federal.

– Nos sentimos traídos pelo presidente. Se dissermos que está bom, estamos mentindo enquanto não vermos como vai ficar a situação destes índios, se vai se resolver ou se vão ficar em estado de abandono.

Apesar de negar a condição de reféns dos quatro polícias federais que vinham sendo mantidos na área da reserva, o presidente da Sodiur afirmara no início da semana que os agentes só seriam libertados se houvesse algum tipo de acordo com o governo federal.

Os agentes federais foram levados para Boa Vista em helicópteros do Exército. Os policiais realizaram exame de corpo de delito que atestará se houve ou não violência durante o tempo em que permaneceram detidos na Aldeia Flechal. Ainda neste sábado um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) deverá levar os quatro agentes a Cuiabá, no Mato Grosso, onde atuam.

As informações são do Globo Online.