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 | 22/03/2005 17h46min

CTNBio libera importação de 400 mil toneladas de transgênicos

Órgão atendeu pedido de produtores de frango da Região Nordeste


A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), órgão regulador do governo brasileiro para o setor, aprovou pedido de produtores de frango da Região Nordeste para a importação de 400 mil toneladas de milho transgênico argentino para ração animal, informou o órgão nesta terça, dia 22.

O pedido foi aprovado durante reunião da CTNBio na tarde desta terça em Brasília. Na reunião, os membros da comissão também resolveram adiar a análise para liberação comercial e testes de campo de novos organismos geneticamente modificados, como tipos de milho desenvolvidos por Bayer CropScience Ltda, Monsanto do Brasil Ltda e Syngenta Seeds Ltda; de um tipo de arroz, e de dois tipos de algodão geneticamente modificados, um da Monsanto e outro da Bayer.

– Os participantes acataram o parecer favorável do relator. A importação (do milho transgênico argentino) foi liberada – afirmou uma assessora da CTNBio por telefone   Reuters.

Na semana passada a comissão aprovou o plantio e comercialização do algodão geneticamente modificado Bt desenvolvido pela Monsanto.

O presidente da Associação Avícola de Pernambuco, Antônio Correia de Araújo, disse   Reuters, por telefone, de Recife, que a entidade vai começar a negociar com tradings para fechar o primeiro navio, com volume de 25 mil toneladas.

– Deveremos trazer 1 ou 2 navios por mês a partir de agora. A demanda em Pernambuco é de 50 mil toneladas de milho por mês – disse.

Segundo ele, a licença concedida pela CTNBio vai permitir que os criadores de frango do Estado, que é o maior produtor da região Nordeste, driblem problemas com logística e com preços elevados para o milho.

– Estamos a quase 4 mil quilômetros do Mato Grosso e não conseguimos encontrar caminhões para trazer o milho prá cá, devido à demanda para escoar a soja para o Sul do país – afirmou. – O pouco milho que chega está cotado a R$ 25 ou R$ 26 por saca, enquanto podemos comprar na Argentina por entre R$ 20 e R$ 22 reais.

A associação já importou milho transgênico argentino no passado, após conseguir autorização do governo. Mas o desembarque do produto foi tumultuado e acompanhado por protestos de ambientalistas.

O governo mantém um programa para tentar garantir o escoamento do milho das regiões produtoras para o Nordeste, subsidiando parte do custo do transporte, mas a deficiência na logística compromete a operação.

Araújo informou que produtores de frango no Rio Grande do Sul, que estão enfrentando problemas com oferta de milho depois da forte estiagem que afetou a safra de verão do Estado, também teriam entrado com pedido para importar milho transgênico da Argentina.

A reunião da CTNBio desta terça pode ter sido a última do órgão antes da reformulação que virá com a transformação em lei do projeto de biossegurança aprovado pelo Congresso. Uma das mudanças será o aumento do número de membros.

Grupos ambientalistas têm criticado as recentes decisões da comissão, como no caso da aprovação do algodão Bt da Monsanto, dizendo que faltam estudos do impacto destes cultivos no ecossistema. O Ministério do Meio Ambiente informou que vai recorrer da liberação do algodão.

As informações são da agência Reuters,


 
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