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 | 21/03/2005 07h50min

Ministro diz que Brasil vai importar milho transgênico

Quebra da safra levará país a buscar produto argentino

Para suprir a demanda interna de milho, o Brasil terá de importar até 5 milhões de toneladas do grão este ano. Segundo o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, boa parte dessa oferta deve vir da Argentina, onde o cultivo é basicamente da variedade transgênica Bt.

O motivo para a importação é a quebra de safra provocada pela seca na região sul do país, disse o ministro no fim de semana. Estimada em mais de 45 milhões de toneladas, a produção brasileira de milho não deve superar 38 milhões de toneladas. O estoque de 5 milhões de toneladas da safra passada não basta para suprir a demanda.

Rodrigues lembrou que a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Lei da Biossegurança, que deve ocorrer até a próxima quinta, dia 24, "caracteriza a abertura para a importação de produtos transgênicos, evidentemente dentro de uma regulamentação a ser estabelecida pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio)". A medida não é inédita. Em 2003, avicultores pernambucanos conseguiram na Justiça permissão para comprar 17,9 mil toneladas de milho transgênico argentino sob a mesma alegação.

O presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), Aristides Vogt, que havia feito o pedido de importação do produto ao governo federal, considerou a medida positiva. Conforme Vogt, não há condições de avaliar se 5 milhões de toneladas serão suficientes porque a safrinha do milho ainda será colhida.

O presidente da Asgav disse também que boa parte do mercado internacional não faz exigências quanto ao uso de transgênicos na alimentação das aves, como a África do Sul, Cuba e Bolívia. União Européia e China, no entanto, fazem restrições. No mercado interno, os avicultores devem rotular os produtos caso a quantidade de grãos transgênicos ultrapasse 1% da composição.

Sobre a liberação do cultivo do algodão transgênico Bollgard, da multinacional norte-americana Monsanto, Rodrigues disse apenas que seu ministério não teve participação na decisão da CTNBio.

– Foi uma decisão da ciência e, como a CTNBio é um organismo de caráter científico, não vou me manifestar. Considero que os cientistas não tomariam uma decisão que fosse trazer algum problema para o país – opinou o ministro.

As informações são da agência Reuters.


 
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