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 | 15/03/2005 21h13min

Tapa na cara de líder da oposição aumenta bloqueio na Bolívia

Fechamento de rodovias prejudica exportações do país

O bloqueio de estradas que está paralisando as exportações da Bolívia aumentaram nesta terça, dia 15, depois que um empresário deu um tapa na cara do líder oposicionista Evo Morales.

A agressão ocorreu na noite de segunda, no aeroporto de Cochabamba, onde Morales esperava um vôo, próximo do magnata das bananas Miguel Zambrana. Além de estapear o oposicionista, Zambrana rasgou o cartão de embarque do deputado. Em entrevista a uma TV local, o empresário disse que a ação foi porque “Evo está destruindo a Bolívia”.

Os bloqueios rodoviários custam milhões de dólares por dia às exportações bolivianas, que não conseguem chegar aos portos do oceano Pacífico. Cerca de 1,5 mil caminhões com cargas perecíveis estão parados na região do Chapare (centro do país), onde os bloqueios são mais intensos, segundo a imprensa. Os plantadores de banana estão entre os mais atingidos pelo protesto.

As manifestações começaram em reação ao plano do presidente Carlos Mesa para abrir o setor energético a maiores investimentos estrangeiros. Diante dos protestos, Mesa chegou a anunciar sua renúncia, mas conseguiu poderes políticos para ficar no cargo.

Os manifestantes, em geral indígenas pobres, também gritam palavras de ordem contra os Estados Unidos e contra as ações do governo para combater o cultivo da coca, uma planta de usos tradicionais, mas que também é matéria-prima da cocaína.

Os jornais de La Paz a especularem que os manifestantes estão aproveitando os distúrbios para realizar a colheita ilegal sem interferência do governo. Algumas áreas da Bolívia têm autorização para plantar a coca, que é mascada há séculos pelos índios para combater os efeitos da fome e da altitude, mas áreas ilegais de cultivo são freqüentes, apesar dos esforços do governo e da ajuda dos Estados Unidos.

Morales, que é também líder dos produtores de coca, prometeu manter os protestos até que Mesa autorize um drástico aumento nos impostos cobrados de empresas estrangeiras, como a brasileira Petrobras e a espanhola Repsol.

Também nesta terça-feira, a principal central sindical boliviana iniciou uma greve geral de 48 horas, cuja adesão parece limitada. Os professores, por exemplo, continuaram nas salas de aula.

As informações são da agência Reuters.

 
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