Em meio a fortes disputas políticas por conta da reforma ministerial que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está prestes a fazer, a ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, conseguiu garantir, pela segunda vez, a indicação de um técnico para encabeçar as agências reguladoras ligadas a sua pasta.

Desta vez foi para diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP): José Fantine, engenheiro, trabalhou na Petrobras até 1996, quando se aposentou como consultor da presidência da estatal. Fantine também foi diretor das áreas industrial e refino e de transportes da petrolífera, além de presidente da BR Distribuidora, e atualmente trabalha como consultor em energia. Sua indicação deve ser publicada no Diário Oficial da União nesta sexta, dia 11.

– Não é uma indicação estranha ao setor. Não se pode questionar que ele não conheça a área em que está entrando – afirmou o ex-presidente da ANP David Zylbersztajn.

A ministra já havia conseguido vencer as batalhas políticas ao indicar Jerson Kelman para a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Especialista respeitado, foi Kelman quem elaborou o relatório sobre a situação energética do país na época do racionamento de energia que chamou a atenção de Dilma. A indicação de Fantine terá de ser submetida ao Senado, onde será sabatinado. A ANP, mesmo com a indicação de Fantine, ainda tem uma vaga de diretor aberta há mais de um ano. O novo diretor-geral substituirá o deputado Haroldo Lima (PC do B-BA), conselheiro da Aneel que ocupa interinamente a chefia da agência.

Resta ainda definir entre as grandes agências a situação da Anatel, do setor de telecomunicações. O ministro das Comunicações, Eunício Oliveira (PMDB-CE), apresentou a Lula três nomes para assumir a presidência da Anatel, ocupada interinamente desde novembro por Elifas Gurgel.                    

As informações são da agência Reuters.