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 | 07/03/2005 16h48min

Gaúchos aguardam chuva artificial no norte do Estado

Técnico paulista tenta repetir experiência bem-sucedida em Santa Catarina

Uma das mais assoladas pela estiagem, a região de Erechim, no norte do Rio Grande do Sul, poderá receber chuva artificial para aliviar o racionamento de água na cidade e a seca nas lavouras. O engenheiro paulista Takeshi Imai prometeu repetir o que fez na última sexta em Santa Catarina, quando o avião Asteca perfurou nuvens e causou três precipitações. Se o teste em Erechim funcionar, o governo do Estado firmará um contrato para estender a experiência a outras regiões.

A equipe de Takeshi está na cidade catarinense de Joaçaba, a 110 quilômetros de Erechim, à espera de que se formem nuvens sobre o norte gaúcho. O radar capta imagens da área que vai de Erechim até Vacaria e Caxias do Sul. Para que se torne possível induzir a chuva, são necessárias nuvens pequenas, de dois a três quilômetros de altura. Ao atravessar a nuvem, a aeronave borrifa gotas de água potável. Cada litro de água bombardeado pode produzir 500 mil litros de chuva.

Além da falta de nuvens, havia a incerteza quanto ao pagamento da despesa, calculada em R$ 1,8 (vôo e demais despesas). Em Santa Catarina, o governo estadual bancou os custos. Na noite de domingo, dia 6, o secretário de Obras Públicas e Saneamento, Frederico Antunes, anunciou que fará um contrato com o engenheiro.

– Se mostrar eficiência, faremos o contrato – disse o secretário.

O diretor de Operações da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), Jorge Accorsi, lembrou que o engenheiro Takeshi havia prometido realizar uma demonstração gratuita do projeto de indução de chuva. Takeshi assegurou que executará o vôo tão logo haja condições.

– A situação é dramática – ressaltou Takeshi, que é pesquisador visitante do Instituto de Tecnologia da Aeronáutica (ITA), de São Paulo.

O engenheiro apresentou a técnica da chuva induzida à diretoria da Corsan em 21 de fevereiro. Ele criou o Projeto de Modificações Naturais do Clima e do Ambiente (Modclima), que atuou por 18 meses em São Paulo. O método permite chuva provocada em áreas isoladas, por períodos que variam de uma a três horas.

Na sexta-feira, no último balanço da Defesa Civil, 407 dos 496 municípios gaúchos estavam em situação de emergência devido à estiagem. É um recorde que pode aumentar nos próximos dias.

NILSON MARIANO/AGÊNCIA RBS
 
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