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 | 15/02/2005 20h38min

Governo passa a terça avaliando derrota na Câmara

Severino Cavalcanti disse que dará condições de governabilidade a Lula

O governo federal passou esta terça, dia 15, tentando recompor sua imagem depois da derrota sofrida na Câmara. Enquando ministros tentavam minimizar a vitória de Severino Cavalcanti (PP-PE), o dissidente petista Virgílio Guimarães (PT-MG) foi apontado como culpado pela desastrosa votação, que elegeu Severino no segundo turno com 300 votos. Para a oposição, a eleição do concorrente do PP aponta a insatisfação dos deputados com o tratamento recebido pelo Executivo.

Em mensagem enviada ao Congresso e lida pelo primeiro secretário da Mesa Diretora, deputado Inocêncio Oliveira (PMDB-PE), na abertura dos trabalhos legislativos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu o fortalecimento do diálogo e a parceria com o Legislativo.

– Nos dois anos que se passaram, desde que assumi a presidência, aumentou o respeito pelo Congresso, responsável por tantos avanços nas reformas e legislações para aprofundar a democracia e justiça social – afirmou.

A mensagem presidencial destacou, como exemplo dessa parceria, a aprovação da Lei das PPPs e da Reforma do Judiciário, que "deverão trazer resultados já em 2005". Outras iniciativas mencionadas foram as novas regras para a habitação e o uso do biodiesel.

– O Congresso tem tido especial sensibilidade para iniciativas de caráter iminentemente social – elogiou.

Em entrevista a jornalistas na Guiana, onde está em visita oficial, Lula disse que a vitória do deputado Severino foi o resultado de uma ação democrática na Casa. Lula informou que já telefonou para o deputado cumprimentando-o pela vitória.

– Falei com o Severino. Ele sempre votou com o governo, sempre fez parte da bancada do governo. A divisão interna que houve acabou quando saiu o resultado eleitoral – disse ele.

Antes de encerrar a entrevista, Lula disse aos jornalistas que o governo não foi prejudicado com a vitória de Severino Cavalcanti.

– Vocês podem ficar tranqüilos porque as coisas vão continuar funcionando normalmente. O presidente Severino não será obstáculo para nenhum projeto que seja de interresse do governo – afirmou Lula.

Severino respondeu ao telefonema dizendo que vai dar condições "para que Lula possa governar”.

– Não tenho dúvida alguma de que tanto o presidente da República quanto eu temos bom senso, e iremos fazer o entendimento possível para que o Brasil não sofra pela falta de sintonia entre o Executivo e o Legislativo – afirmou.

Tarso Genro, ministro da Educação, se disse surpreso com a escolha de Severino, mas acredita que o resultado não fragilizará o governo. O ministro das Comunicações, Eunício Oliveira, evitou comentar os erros do PT nesta eleição e culpou a atual estrutura política do Brasil, defendendo a necessidade de reforma política.

Para o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), a eleição do novo presidente da Câmara é resultado de uma crise de identidade das bancadas dos partidos e é preciso buscar o diálogo com a presidência da Casa para não comprometer a agenda do Palácio do Planalto. Ao criticar o troca-troca partidário para conseguir postos em comissões na Câmara, Mercadante deu um conselho a lideranças dos partidos da base para que analisem o resultado da votação sem procurar culpados.

O líder do governo no Congresso, senador Fernando Bezerra (PTB-RN), disse que a atuação de Severino à frente da Câmara será tranqüila. Bezerra lembrou que o deputado, além de ser integrante da base aliada, não tem uma vocação oposicionista.

Na direção oposta, o líder do governo Lula na Assembléia Legislativa gaúcha, Adão Villaverde, comentou que o episódio representa uma derrota parlamentar do governo federal. Villaverde disse que a candidatura de Virgílio Guimarães fragilizou o partido e o governo e, agora, o processo natural do partido será discutir uma punição para o deputado. Luis Eduardo Greenhalgh, candidato oficial do governo para a presidência da Câmara, disse que a oposição se juntou para atingir o governo Lula. Greenhalgh admitiu que a derrota o surpreendeu e afirmou que houve uma antecipação do processo eleitoral de 2006.

O presidente do PMDB, deputado Michel Temer, foi mais direto e disse que a vitória do deputado Severino Cavalcanti foi um "recado fortíssimo" ao governo federal. Segundo ele, isso vai exigir que o diálogo do Executivo com o Legislativo seja muito acentuado de agora em diante. Temer avaliou que o grande número de medidas provisórias enviadas pelo governo Lula tem sido um dos problemas mais sérios que o Legislativo enfrenta, por transtornar o processo legislativo. Segundo ele, o atual governo, como os anteriores, não tem respeitado os critérios de urgência e relevância previstos na Constituição para enviar MPs ao Congresso. O PMDB, segunda maior bancada da Câmara, poderá trazer mais dor de cabeça ao governo neste ano, com a escolha de Saraiva Felipe (MG) para liderança da bancada na Câmara. Saraiva pertence à ala do partido que quer sair da base aliada.

Com informações de Zero Hora, Rádio Gaúcha e Agência Câmara.

surpreendeu e afirmou que houve uma antecipação do processo eleitoral de 2006.

O presidente do PMDB, deputado Michel Temer, foi mais direto e disse que a vitória do deputado Severino Cavalcanti foi um "recado fortíssimo" ao governo federal. Segundo ele, isso vai exigir que o diálogo do Executivo com o Legislativo seja muito acentuado de agora em diante. Temer avaliou que o grande número de medidas provisórias enviadas pelo governo Lula tem sido um dos problemas mais sérios que o Legislativo enfrenta, por transtornar o processo legislativo. Segundo ele, o atual governo, como os anteriores, não tem respeitado os critérios de urgência e relevância previstos na Constituição para enviar MPs ao Congresso. O PMDB, segunda maior bancada da Câmara, poderá trazer mais dor de cabeça ao governo neste ano, com a escolha de Saraiva Felipe (MG) para liderança da bancada na Câmara. Saraiva pertence à ala do partido que quer sair da base aliada.

Com informações de Zero Hora, Rádio Gaúcha e Agência Câmara.

 
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