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 | 10/02/2005 17h06min

Governo vai avaliar situação com a estiagem a cada 72 horas

Rigotto defendeu a limpeza imediata dos Rios dos Sinos e Gravataí

O governador Germano Rigotto coordenou, nesta quinta, dia 10, uma reunião de trabalho sobre a situação dos efeitos da estiagem no Estado. Os órgãos envolvidos nas ações apresentaram ao governador o relatório das atividades realizadas para reduzir os prejuízos. Rigotto defendeu a limpeza imediata dos Rios dos Sinos e Gravataí.

Será estudada a redução das horas de racionamento da água potável à população, mas a medida seguirá em vigor. A cada 72 horas, o governo fará encontros para a análise do que foi realizado e do que ainda falta fazer.

Segundo Rigotto, o quadro do abastecimento de água é grave nos municípios de Gravataí, Alvorada, Cachoeirinha e Viamão, na Região Metropolitana, e em Garibaldi e Nova Petrópolis, no interior. As medidas tomadas na última sexta, dia 4, ajudaram a reduzir os problemas. Foram destruídas 20 barragens irregulares ao longo do rio Gravataí e lacradas diversas bombas de irrigação. As ações resultaram na elevação de 1,5 metro no nível do rio.

A perfuração de poços artesianos, executada pelas secretarias da Agricultura e Abastecimento e a de Obras Públicas e Saneamento, terá continuidade. Em 2003, o investimento foi de R$ 1,8 milhão e, neste ano, mais R$ 1 milhão. De acordo com o governador, já foram perfurados mais de 300 poços artesianos nos últimos dois anos no Estado.

Na reunião, em que estiveram presentes as secretarias de Obras Públicas e Saneamento, Meio Ambiente e Casa Civil, além da Companhia Rio Grandense de Saneamento (Corsan), do Instituto Riograndense do Arroz (Irga), Batalhão Ambiental, Defesa Civil e representantes das federações das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) e dos Agricultores do Rio Grande do Sul (Farsul), o governador Rigotto concluiu ser urgente a adoção de projeto "mais forte" de saneamento para os rios Gravataí e Sinos.

– Sobrevoei na semana passada o Gravataí e fiquei impressionado com o desvio irregular de água, que está sendo atacado, com o lixo e o lançamento de esgotos. Há uma total falta de cuidado com a preservação desse manancial. Existe pouca responsabilidade com o rio – lamentou.

O novo projeto de saneamento terá a participação dos municípios, população e governo do Estado.

– Nos próximos dias haverá campanha educativa mais intensa de conscientização da população para evitar o desperdício de água, principalmente com a lavagem de carros ou calçadas, rega de jardins, torneiras abertas. Peço que os meios de comunicação nos ajudem – disse o governador.

Rigotto pediu a sua equipe de governo, a elaboração de um projeto de melhoria do sistema de açudes no Rio Grande do Sul. O propósito é reduzir a necessidade de captação de água diretamente dos rios, principalmente nos períodos de baixo ciclo de chuvas. Fez também um balanço das perdas dos produtores com as principais lavouras deste período. No milho, o prejuízo médio acumulado até agora é de 37%. Há diferenças entre as propriedades e regiões. Em algumas lavouras a perda foi de 80% a 90%, acentuou o governador. Na soja, o custo chega a 20% da lavoura.

– Mas temos perdas na bacia leiteira, na fruticultura, no fumo e no feijão – acrescentou.

Na orizicultura não há o registro de prejuízos. A Emater acompanha diretamente as propriedades, levantando dados e auxiliando os agricultores com seguro a receber o benefício.

Ao término da reunião, o presidente da Corsan, Vitor Bertini, destacou que a escassez de chuvas vem desde o verão de 2003 e 2004.

– Não houve recuperação das bacias hidrográficas do Rio Grande do Sul. Nos 38 anos da história da Corsan nunca registramos um nível tão baixo de água na captação do rio Gravataí – afirmou Bertini.

O secretário Frederico Antunes adiantou que vai cobrar dos municípios o uso dos R$ 5 milhões repassados pelo governo entre os anos 2003 e 2004 para a implantação de sistemas de água.

De acordo com Antunes, os recursos são provenientes do Fundo de Recursos Hídricos e, dos primeiros 97 municípios inscritos e examinados pelo governo no começo de 2004, de 30% a 35% não chegaram a utilizar a verba.

– Esse dinheiro poderia ter ajudado muitas cidades na redução do impacto da estiagem – disse o secretário.

Ele adiantou que, em março, o governador Rigotto anuncia a nova Política Estadual de Saneamento Ambiental para o Estado. As regras tratarão de questões como, por exemplo, o lançamento de lixo nos rios e o licenciamento para o uso de bombas de irrigação de lavouras. Na próxima segunda, dia 14, a reunião de análise dos efeitos da estiagem e as providências que cabem ao Estado será realizada na chefia da Casa Civil do Piratini.

As informações são do governo do Estado.

Veja os efeitos da estiagem no Rio Gravataí

 
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