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 | 25/01/2005 14h07min

Concentração de frigoríficos e preços baixos prejudicam produtor

Exportações em 2004 totalizaram 1,854 milhão de toneladas

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) apresentou na manhã desta terça, dia 25, dados consolidados da pecuária de corte em 2004 e as perspectivas do segmento para 2005. Conforme o presidente do Fórum Nacional da Pecuária de Corte, Antenor Nogueira, a concentração de frigoríficos é a atual maior preocupação para o criador de gado brasileiro.

De acordo com a CNA, o pecuarista está enfrentando preços baixos no momento da comercialização de seu rebanho em razão do número reduzido de frigoríficos, o que desestimula a concorrência e derruba os preços pagos ao produtor.

– Não está havendo distribuição eqüitativa da renda entre todos os elos da cadeia, e se for preciso vamos utilizar os elementos jurídicos necessários para corrigir essa distorção – destacou Nogueira. 

Entre janeiro de 2003 e janeiro de 2005 o preço da arroba do boi pago ao pecuarista passou de R$ 58,28 para R$ 59,54, um aumento de 2,2%. No mesmo período, o preço da carcaça casada (dianteiro e traseiro) valorizou 13,2% no atacado. No varejo, a alta de preços enfrentada pelo consumidor foi de 14,7% no acumulado de 2003 e 2004.

Estudo da CNA e Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP) revelou que os Custos Operacionais Totais (COT) da pecuária de corte subiram 10,1% em 2004, enquanto que o preço pago pela arroba caiu 0,03%. O estudo da CNA/Cepea apurou que apenas a suplementação mineral, item que representa 15% dos custos de produção da pecuária de corte, subiu 13,35% no ano passado. A mão-de-obra ficou 21,2% mais cara e os insumos de aço, usados na construção de cercas, subiram 23,9%.

Entre janeiro e setembro, a média de abate de matrizes foi de 35% do total, enquanto que a média ideal seria de, no máximo, 25%. A menor quantidade de matrizes no rebanho poderá levar à queda da oferta de bezerros, principalmente a partir de 2006.

– Isso ocorre porque o ciclo da pecuária, no Brasil, é de aproximadamente 30 meses, cerca de dois anos e meio. Ou seja, o aumento do abate de matrizes deve apresentar reflexos a partir de 2006, com a possível redução da oferta de animais para engorda – explicou Nogueira, afirmando que a reversão desse quadro depende da recuperação dos preços pagos ao produtor.

Sob o ponto de vista das exportações, o ano de 2004 foi positivo para a pecuária de corte brasileira, com remessas de 1,854 milhão de toneladas ao mercado externo, o que gerou receitas de US$ 2,457 bilhões. Em 2003 as exportações do segmento somaram 1,3 milhão de toneladas, com receitas de US$ 1,51 bilhão. Para 2005 há expectativa de que o Brasil seja, pelo terceiro ano consecutivo, o principal exportador de carne bovina do mundo, ultrapassando tradicionais competidores como Estados Unidos e Austrália.

No ano passado, os principais destinos das exportações de carne bovina in natura brasileira foram Rússia (US$ 239 milhões); Países Baixos (US$ 214 milhões) e Chile (US$ 199 milhões). No segmento de carne industrializada, os principais compradores foram Estados Unidos (US$ 197 milhões); Reino Unido (US$ 127 milhões) e Itália (US$ 22 milhões).

As informações são do site da CNA.


 
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