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 | 11/11/2004 10h12min

Goiás registra primeiros focos de ferrugem asiática desta safra

Sintomas da doença foram observados no município de Luziânia

Os primeiros focos de ferrugem asiática na safra 2004/2005 de soja foram identificados no município de Luziânia, em Goiás. A exemplo do que aconteceu no ano passado, os primeiros sintomas se manifestaram mais cedo, aparecendo em plantas germinadas há cerca de 30 dias. A informação foi divulgada nesta quinta, dia 11, pelo programa Globo Rural, da Rede Globo.

Na safra passada os primeiros sinais da ferrugem nessa região foram encontrados em Sorriso, Campo Novo dos Parecis, Campos de Julio, Sapezal e Primavera do Leste, no Mato Grosso, e em Goiânia (Goiás). Na safra anterior (2002/2003) os primeiros sintomas foram observados somente a partir de janeiro, quando as lavouras estavam em fase inicial de floração, com cerca de 55 a 60 dias.

O aparecimento precoce da ferrugem nessas regiões preocupa pesquisadores da Embrapa Soja, uma vez que a doença reduz a produtividade das lavouras e seu controle aumenta significativamente os custos de produção. O fungo que causa a ferrugem (Phakopsora pachyrhizi) só sobrevive de uma safra para outra em hospedeiros vivos e infecta 95 espécies de plantas em mais de 42 gêneros. No caso brasileiro o principal hospedeiro no inverno tem sido a própria soja, através de plantas voluntárias (aquelas que germinam a partir de grãos perdidos na colheita) e da soja irrigada para produção de semente.

A ocorrência da ferrugem está diretamente associada às condições climáticas. Temperaturas médias menores que 28º C e molhamento foliar de mais de 10 horas favorecem a infecção da planta. É por isso que nas regiões mais quentes é mais difícil a manifestação do fungo, que não se desenvolve de forma explosiva em locais de altas temperaturas. As regiões com altitude superior a 700 metros são mais favoráveis à ocorrência da doença devido às temperaturas noturnas mais amenas associadas a um maior número de horas de orvalho. Regiões mais baixas, porém com chuvas bem distribuídas, também são favoráveis para um desenvolvimento mais rápido da doença.

A única forma de controle é a aplicação de fungicida, mas é preciso saber reconhecer o momento certo de aplicar. Estudos da Embrapa Soja mostram que os fungicidas protegem, em média, por cerca de 25 dias. Se aplicar no momento errado, o agricultor pode ter que fazer várias aplicações, o que aumenta sensivelmente os custos de produção. Por outro lado, se o produtor não estiver monitorando a lavoura, só vai perceber os sintomas quando for tarde demais, comprometendo assim a eficiência dos produtos.

A ferrugem asiática é causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, causa desfolha precoce da soja e redução de peso do grão. A doença é disseminada pelo vento, e não pela semente. Nos casos mais severos, há relatos de perdas de cerca de 70% da produção. A ferrugem apareceu pela primeira vez há dois anos e sua identificação na fase inicial ainda é uma dificuldade para técnicos e agricultores. É muito comum confundi-la com a mancha parda ou com a septoriose (Septoria glycines). A diferenciação entre as duas doenças é feita observando-se com uma lupa a parte inferior da folha. Na ferrugem é possível observar uma saliência semelhante a uma bolha, que corresponde à estrutura de frutificação do fungo (urédia).


 
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