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Para Farsul, plantio de soja transgênica já começou no RS

Entidades que reúnem produtores defendem liberação de OGMs

O presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Carlos Sperotto, afirmou na manhã desta sexta, dia 17, que os produtores de soja do Rio Grande do Sul já iniciaram a preparação da terra e o plantio de sementes transgênicas mesmo sem a aprovação da Lei da Biossegurança. Conforme Sperotto, o governo terá que legalizar de alguma forma a próxima safra de soja sob perigo do surgimento de um vazio jurídico.

– Se o plantio da safra de grãos for prejudicado, além do prejuízo será criado um vazio jurídico – disse Sperotto sobre a ilegalidade do cultivo de organismos geneticamente modificados sem a aprovação da Lei da Biossegurança.

O governador do Mato Grosso, Blairo Maggi, destacou em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, que o plantio da soja transgênica é uma realidade que não pode ser revertida. Blaggi acredita que o governo aprovará a Lei da Biossegurança em um curto espaço de tempo, garantindo que os produtores plantem na ilegalidade mas colham na legalidade.

– A lei só não foi aprovada neste momento porque não houve acordo de líderes, mas tenho conversado com senadores e está tudo absolutamente pronto para fazer essa aprovação, colocando os produtores de soja na legalidade com a questão dos transgênicos. Vamos continuar a vida, continuar plantando, porque não vai dar para esperar, não. 

Blaggi disse ainda que o governo e a sociedade não podem ser contra os avanços da ciência.

– Tem que ser liberado, tem que ser pesquisado, porque o mundo anda pra frente, não de ré. O produtor gaúcho é de vanguarda, está produzindo mais com as novas técnicas, e o Brasil não tem direito de segurar isso.

O governador, que é também o maior plantador individual de soja no mundo, destacou que as variedades transgênicas ainda não são muito utilizadas no Mato Grosso, mas lembrou que em seu Estado já ocorre o plantio do algodão transgênico que também precisa ser regulamentado.

– No Mato Grosso não há muitos produtores de soja transgênica, então não é uma coisa tão problemática como no Rio Grande do Sul. Nós do Mato Grosso queremos utilizar a tecnologia porque é mais barata e produtiva, mas vamos aguardar a liberação do plantio. A própria Monsanto e a Embrapa ainda estão reproduzindo as sementes e devem liberar depois que estiver organizado o sistema de pagamento de royalties. No caso do algodão, contudo, já há muitos produtores que utilizam variedades transgênicas, que precisam de três ou quatro aplicações de inseticida, contra 10 ou 11 das variedades convencionais.

Conforme Antônio Sartori, presidente da corretora Brasoja, o governo vai ter que editar uma medida provisória porque o plantio já está acontecendo e não se pode prejudicar a produção.

– Democracia não é a vontade do governante sobre a sociedade, mas sim a vontade da sociedade sobre o governante. O governo vai ter que editar uma medida provisória porque os produtores vão plantar – afirmou Sartori em entrevista à Rádio Gaúcha.

O presidente da Brasoja disse ainda que o Brasil precisa de uma competitividade no mercado internacional que, segundo ele, só as variedades transgênicas podem garantir.

– Os Estados Unidos vão colher 75 milhões de toneladas, a Argentina 40 milhões, o Brasil 65 milhões. Com a China comprando menos, os preços vão cair, e é necessário usar essa nova tecnologia para tornar a agricultura brasileira competitiva. A agricultura produz riqueza e precisa ser competitiva.

 
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