O Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa), da Argentina, confirmou, em Buenos Aires, que temporariamente estão suspensas as exportações brasileiras de carne bovina, de búfalo, suína, de ovino e caprino para aquele país. A decisão do Senasa foi adotada depois que o Brasil constatou a existência de um foco de febre aftosa em três bovinos em Monte Alegre, no norte do Pará. A comunicação brasileira sobre o foco foi feita na sexta-feira.

A Argentina é o segundo país a embargar carnes brasileiras por causa da aftosa em Monte Alegre. O primeiro foi a Rússia, que adotou o embargo desde sexta-feira. A Rússia alega que faltam maiores informações do governo brasileiro sobre o foco da doença no Pará. Esse é o mesmo argumento utilizado pelos argentinos. O Brasil tem um rebanho de 182 milhões de cabeças de gado livres de febre aftosa com vacinação. Isto representa 88% do rebanho nacional. Há 34 meses não era registrado foco da doença no país. O último havia sido no Maranhão.

Em Brasília, o Departamento de Defesa Animal do Ministério da Agricultura garante que todos os esclarecimentos já foram prestados ao governo argentino, de acordo com as normas internacionais. Até o começo da tarde desta quarta-feira, dia 23, o Departamento não havia recebido a comunicação oficial da Argentina, embora a confirmação do Senasa estivesse publicada no site da entidade desde o fim da manhã.

De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes, os argentinos importam apenas 29 toneladas de carne por ano do Brasil. Já o mercado russo é de grande importância para o país, pois importa 612 mil toneladas de carnes, que renderam US$ 595,2 milhões ao Brasil em 2003. De janeiro a maio deste ano já foram embarcadas 217,8 mil toneladas para a Rússia.

As informações são da Agência Brasil.