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 | 06/04/2004 12h38min

Via Campesina e sem-terra realizam protestos no Rio Grande do Sul

Durante a manhã uma rodovia sofreu bloqueio e um supermercado foi invadido

Integrantes do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) participaram durante a manhã desta terça, dia 6, de manifestações nos municípios gaúchos de Erechim, Pelotas, Ijuí, Sarandi, Santa Cruz do Sul e Bagé. À tarde os agricultores devem sair em caminhada e há possibilidade de bloqueio de rodovias. Os movimentos, que fazem parte da Via Campesina, reivindicam a criação de uma bolsa-estiagem e a renegociação de dívidas dos pequenos agricultores.

Integrantes do MST também realizaram manifestações durante a manhã na BR-290, na entrada de Porto Alegre, e em Nova Santa Rita, onde um supermercado foi invadido por cerca de 50 sem-terra.

A BR-290 ficou bloqueada por cerca de uma hora no início da manhã, provocando congestionamento que chegou a 12 quilômetros no acesso à capital gaúcha pela ponte móvel sobre o Guaíba. A rodovia foi desbloqueada depois que patrulheiros da Polícia Rodoviária Federal garantiram que integrantes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e da Secretaria de Reforma Agrária do Rio Grande do Sul iriam até o local negociar com os agricultores.

No meio da manhã os manifestantes receberam do secretário Vulmar Leite e do superintendente do Incra no Rio Grande do Sul, César Aldrighi, a garantia de que o governo do Estado e o governo federal, através do Fome Zero, fornecerão cestas básicas aos agricultores acampados no município de Arroio dos Ratos, a 55 quilômetros de Porto Alegre. O MST exige o fornecimento de alimentos para 2,5 mil famílias acampadas no Rio Grande do Sul.

Em Nova Santa Rita, Região Metropolitana de Porto Alegre, cerca de 50 integrantes do MST que estão acampados às margens da BR-386 invadiram um supermercado e disseram ao proprietário Carlos Luiz Siqueleiro que iriam retirar alimentos para posterior pagamento pela Secretaria Estadual da Reforma Agrária. Os manifestantes fizeram o comerciante ligar para a secretaria para confirmar a informação, mas o Siqueleiro recebeu a informação de que o secretário Vulmar Leite estava viajando e não poderia atendê-lo.

Conforme o comerciante, os manifestantes ameaçaram retirar os alimentos do mercado mesmo sem seu consentimento. Para evitar um saque, o proprietário chamou a Brigada Militar, que afastou os agricultores e mantém vigília em frente ao estabelecimento.

Em São Gabriel produtores rurais montaram vigília para acompanhar as movimentações do MST. Conforme Rossano Gonçalves, prefeito da cidade, os agricultores sem-terra acampados às margens da RS-630 não se aproximaram de nenhuma fazenda, mas os proprietários de terra pretendem ficar atentos para evitar confrontos semelhantes aos ocorridos no ano passado, quando uma disputa por terras da família Southal provocou conflitos entre agricultores, propritários e a Brigada Militar.

Com informações da Rádio Gaúcha.

 
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