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 | 29/03/2004 20h44min

Prejuízos começam a ser contabilizados depois do ciclone

Em Torres, cerca de 1,5 mil famílias ficaram desabrigadas

O Rio Grande do Sul começou a contabilizar nesta segunda, dia 29, os estragos depois da passagem do ciclone Catarina pelo Litoral Norte neste fim de semana. Em Torres, o município gaúcho mais atingido, cerca de 1,5 mil famílias ficaram desabrigadas e foram encaminhadas a dois colégios municipais. Já foram cadastradas pela Defesa Civil Estaduas (DCE) e pelo Corpo de Bombeiros de Torres mais de 4 mil pessoas.

Além disso, foram 1,2 mil residências destelhadas, 60% dos postes de energia elétrica danificados e centenas árvores caídas. A Avenida Beira-Mar ficou com uma espessa camada de areia e as ruas, cheias de fragmentos de vidros. Os bairros mais afetados foram Arroio São Jorge, Guarida e Curtume. Aproximadamente 1,6 mil prédios, entre estabelecimentos comerciais e residências, também sofreram danos pela força dos ventos.

A população começou nesta segunda os reparos das casas que foram destruídas. A primeira-dama do Estado, Cláudia Rigotto, esteve no muncipio, pela tarde, e entregou caminhões de telhas às famílias mais necessitadas. Foram adquiridas 11,8 mil telhas, que se somaram a 1,6 mil unidades doadas pela empresa Isdralit e a outras 2 mil, pela comunidade porto-alegrense.

Em meio ao caos, os 31 agentes da Delegacia de Polícia Civil de Torres decidiram abrir mão da greve e se colocaram à disposição das autoridades para auxiliar a comunidade. Viaturas também estão sendo oferecidas para transportar mantimentos.

O serviço de telefonia, afetado pelo ciclone, deve estar totalmente normalizado até a manhã desta terça. As empresas Tim, Vivo e Claro reestabeleceram o sistema de celulares durante a tarde, e a Brasil Telecom ainda presta atendimento a cerca de 500 clientes com problemas na telefonia fixa.

A luz também só deve estar restabelecida por completo nesta terça. São mais de cinco mil pontos sem energia elétrica em Torres. Vinte e quatro equipes da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) trabalham na região para reestabelecer o sistema.

Além de Torres, Mampituba, Dom Pedro de Alcântara, Três Cachoeiras e Morrinhos do Sul também foram duramente atingidas pelo ciclone, que danificou principalmente as lavouras de arroz e banana. A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) divlulgou levantamentos nesta segunda, dia 29, indicando que entre 80% e 90% dos 650 hectares de lavoura de banana em Dom Pedro de Alcântara foram perdidos. Em Torres o prejuízo ultrapassa os 90% dos 167 hectares plantados.

Quanto à cultura de arroz, ainda não foram contabilizadas as perdas, mas o comprometimento em Torres pode chegar a 40% da área de 1,5 mil hectares. A Emater verifica ainda danos na agricultura dos municípios de Maquiné, Itati, Três Forquilhas e Osório.

Em Santa Catarina, Estado em que o ciclone atingiu com mais extensão, os estragos são muito maiores.  De acordo com um relatório divulgado pela Defesa Civil de Santa Catarina nesta segunda, a passagem do ciclone Catarina danificou mais de 30 mil casas, deixando 13.620 pessoas desalojadas em todo o Estado, 2.110 desabrigadas, 336 pessoas deslocadas e 58 feridas.

Duas mortes foram contabilizadas até o final desta segunda. A primeira vítima é Edson Lourenço Quirino, de 42 anos. Ele guiava um automóvel em Maracajá, no Sul de Santa Catarina, quando uma árvore foi arrancada do chão pelo ciclone e o atingiu, na BR-101. Outra vítima da tormenta foi o pescador Márcio Correa da Silva, localizado nesta segunda no mar, junto aos destroços do barco Valio II.

Dos 13 marinheiros dos barcos que viraram com os fortes ventos, três foram resgatados com vida até agora. Ricardo da Silva e Hamilton da Rosa, salvos nesta segunda, estão num barco da Marinha em alto-mar e ainda não têm previsão de retorno. Somente Luciano da Silva, encontrado no domingo por um barco pesqueiro, já está na delegacia da Capitania dos Portos de Laguna. Familiares dos náufragos permanecem no local aguardando informações.

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Veja como foi a passagem do ciclone

 
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