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Estiagem já atinge 232 municípios

Prejuízo com a soja chega aos R$ 3 bilhões

A seca que atinge o Rio Grande do Sul está tomando as proporções de tragédia. No últimos meses, a estiagem já atingiu 137.182 pessoas e 232 municípios, segundo dados da Defesa Civil atualizados na última sexta, dia 26. A agricultura é o setor que mais sofre com o problema, sobretudo a cultura da soja.

De acordo com um levantamento realizado pela Emater, entre os dias 16 e 23 de março, a produtividade estimada deve ser de 30,87% menor que a inicial prevista no início da safra. Foram analisados dados de 214 municípios, que cobrem aproximadamente 70% da área estimada para a cultura de 3.896.307 hectares. Em termos de valor bruto, o prejuízo da soja já alcançou R$ 3 bilhões, se comparado com a safra 2003.

O milho é outra cultura afetada pela estiagem, mas com menor impacto. A produção da cultura deverá ficar em 4,3 milhões de toneladas, uma redução de 15% com relação à estimativa inicial da Emater, de 5 milhões de toneladas. Foram semeados 1.347.188 hectares, 5% menor que a safra passada. A produtividade sofrerá uma redução de 16,72% em relação última safra (3.834 quilos por hectare), ficando em 3.193 quilos por hectare.

A previsão do tempo para as próximas semanas ainda causa mais apreensão: não há prenúncio de boas notícias. A meteorologia prevê pelo menos mais uma semana sem chuva, agravando a estiagem. O céu claro e com poucas nuvens deve se manter. Não houve registro de chuva no Estado nesta sexta e a previsão para este final de semana indica que há poucas chances de a situação mudar.

– Pode chover um pouco na faixa leste, entre Porto Alegre e a divisa com Santa Catarina. Mas, no restante do Estado, não deve mudar nada em pelo menos uma semana – afirma o meteorologista Cléo Kuhn, da Central de Meteorologia.

A temperatura no final de semana será parecida com a dos últimos dias: um pouco mais baixa pela manhã e à noite e um pouco mais alta ao longo do dia.

As cidades estão se organizando para evitar racionamento de água. Em São Leopoldo, ara retardar a falta de água, começará a ser construída na próxima segunda uma represa próximo às bombas de captação de água no Rio dos Sinos. A barragem provisória será erguida ao longo de cinco metros com sacos de areia.

A estratégia aumentará a vazão e resolverá o problema por pelo menos mais três ou quatro dias.

– É nossa última cartada, a situação é desesperadora. Se não chover, não chegaremos ao próximo final de semana sem iniciar o racionamento – diz o diretor do Serviço Municipal de Águas e Esgotos (Semae), Germano Weinmann.

Neste sábado, o Rio dos Sinos chegou próximo ao limite máximo para a captação: 55 centímetros. Além da estiagem, o baixo nível do rio é atribuído à redução nas reservas e à retirada excessiva de água para irrigar lavouras de arroz.

Além das bombas legalizadas para retirar água do rio, produtores estão desviando o curso e até construindo barragens, para piorar o problema na cidade. Na semana passada, o 2º Pelotão da Polícia Ambiental (Patram) de Taquara flagrou uma barragem clandestina em Santo Antônio da Patrulha. Construída com pedras e lonas, a barricada trancava o curso d'água com o intuito de irrigar a lavoura de arroz. Um produtor foi multado.

Com informações do jornal Zero Hora.


 
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