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Ministros, senadores e CUT criticam proposta de aumentar INSS

Reajuste poderia implicar no aumento da carga tributária na folha de pagamento

A proposta do governo de elevar a arrecadação do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para financiar o pagamento de aposentadorias atrasadas foi criticada pelos ministros do Trabalho, Ricardo Berzoini, do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, e também por parlamentares governistas e de oposição.

– Eu acredito que a solução leva em conta o Orçamento e a responsabilidade orçamentária, mas por outro lado pode implicar no aumento da carga tributária na folha de pagamento. O ideal é buscar alternativas – disse Berzoini, que foi ministro da Previdência até janeiro.

O ministro da Previdência, Amir Lando, sugeriu nesta quinta, dia 18, em encontro com aposentados, um reajuste de três pontos percentuais na contribuição do INSS de patrões e empregados para garantir o pagamento dos valores atrasados de quase dois milhões de aposentadorias concedidas entre 1994 e 1997 e que não foram corrigidas na época.

Berzoini sugeriu que a proposta que vier a ser acertada entre o INSS e os aposentados deve contemplar uma "gradual desoneração a partir da substituição por outra base tributária, como, por exemplo, faturamento ou lucro líquido". Furlan foi franco:

– Isso é apenas uma idéia, um balão de ensaio, mas eu acho que todo aumento de impostos não é uma boa idéia – disse.

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) também condenou a sugestão de Lando. Para o presidente da entidade, Luiz Marinho, a proposta é "equivocada e sem eficácia". Segundo ele, o país quer crescimento econômico e empregos e não mais desconto nos salários. O senador Romero Jucá (PMDB-RR), vice-líder do governo, também criticou a proposta ao afirmar que ela provocará o crescimento do desemprego.

– Não tenho dúvida que essa proposta vai ser modificada pelo Congresso. Eu mesmo vou apresentar destaques – acrescentou o recém-empossado vice-líder.

O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), admitiu que o reajuste das aposentadorias deveria ter sido feito pelo governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

– Mas o eleitorado brasileiro quer mudanças. Por isso nós fomos surrados, sovados como cães nas urnas. Está na hora do Lula entrar com o governo dele, se não daqui a pouco o bonitão chega em casa e fala para esposa: "Vamos Ruth e percebe que é a dona Mariza" – ironizou o senador referindo-se à atual primeira-dama e à anterior, dona Ruth Cardoso.

Com informações da agência Reuters.


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