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 | 01/03/2004 12h04min

José Vicente Brizola depõe há mais de duas horas no MP

Quebra de sigilo dos citados pelo ex-diretor da Lotergs poderá ser pedida

O depoimento do ex-diretor da Loteria do Estado do Rio Grande do Sul (Lotergs) José Vicente Brizola ao Ministério Público do Estado já dura mais de duas horas. Ele chegou nesta segunda, dia 1°, às 10h, ao MP na Capital. José Vicente falará sobre supostas pressões que teria sofrido do PT para arrecadar recursos para a campanha eleitoral. A imprensa não pôde participar do depoimento.

Segundo o subprocurador geral de Justiça do MP, Mauro Renner, as declarações têm conteúdo criminal, por isso, é necessária a inquirição formal. Renner salientou que todas as pessoas nominadas serão chamadas a depor no MP estadual e federal. Elas podem ter a quebra de sigilo bancário autorizada. O subprocurador disse que já havia afirmações sobre a participação de bicheiros em campanhas eleitorais, mas nunca um depoimento claro como o de José Vicente à revista Veja. Em cima das declarações, será desencadeado expediente que deverá ser comprovado documentalmente, de acordo com Renner.

Em entrevista publicada pela revista, o diretor da Lotergs no governo de Olívio Dutra afirmou ter sido pressionado a obter dinheiro para campanha do PT com donos de bingos, videobingos, jogos de cartela e máquinas de videoloteria, os caça-níqueis. José Vicente é filho de Leonel Brizola e se desligou do PDT depois de brigar com o pai no início de 2001. Conforme relato de José Vicente, na ocasião à frente da Lotergs, Carlos Fernandes, filho da então candidata à reeleição ao Senado pelo PT, Emília Fernandes, pediu ajuda para obter recursos financeiros para a chapa majoritária do partido, formada também pelo candidato ao governo, Tarso Genro, e pelo então candidato ao Senado Paulo Paim.

Os doadores envolvidos com o jogo não estariam registrados no Tribunal Regional Eleitoral, mas integrariam um caixa dois. José Vicente disse que não teve contato com Tarso Genro e Paim, e eles não foram mencionados nas conversas que manteve. O dinheiro, no entanto, auxiliaria todos os candidatos, conforme matéria publicada na Veja.

Carlos Fernandes teria dito ao diretor da Lotergs que os pedidos deveriam ser feitos em nome da chapa majoritária e da candidatura da senadora. Apesar de inicialmente se recusar a cumprir a tarefa, José Vicente disse ter se sentido impelido a obedecer a demanda no decorrer do processo eleitoral. Ele afirmou que ficou com medo de não ser nomeado para um cargo público em caso de vitória do PT, se não realizasse a tarefa.

Os empresários teriam sido indicados pelo filho de Emília. Segudo José Vicente, a candidata ao Senado esteve presente por instantes em um dos encontros, mas ela se retirou antes que detalhes fossem falados. José Vicente disse que Emília deixou claro que seu filho e Claudio Milan, o caixa da campanha, falavam em seu nome. A ex-senadora e ex-ministra não comentou o assunto quando procurada pela revista, alegando que se pronunciaria somente depois de conversar com o presidente do partido.  

As informações são da Rádio Gaúcha.

 
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