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 | 26/02/2004 09h47min

Seca deixa oeste de SC em situação crítica

Pelo menos nove municípios já enfrentam dificuldades no abastecimento de água

O extremo-oeste do Estado sofre as conseqüências da estiagem de janeiro. Pelo menos nove municípios estão em situação crítica. Em Dionísio Cerqueira, São Miguel do Oeste e Anchieta, a distribuição de água da Casan está sendo feita em forma de rodízio.

O racionamento atinge ainda as cidades de Itapiranga e Paraíso, que decretaram situação de emergência na quarta, dia 25.

De acordo com o Climerh, nos meses de janeiro e fevereiro as chuvas foram muito abaixo do normal. Em algumas cidades, choveu apenas 10% do esperado para esta época do ano.

As conseqüências podem ser vistas nas lavouras de milho. No município de Paraíso, a safra foi praticamente perdida e o que for colhido servirá somente para a alimentação do gado.

O agricultor Orisvaldo Menin teve que reduzir em 30% a água destinada ao plantel de suínos. Os mais de 300 animais que deveriam ir para o abate ainda não atingiram o peso ideal e terão que ficar alojados por mais 20 dias. Ele calcula que o prejuízo pode chegar a R$ 5 mil.

Segundo o diretor técnico da Casan, Paulo Christ, já está faltando água nas partes altas das cidades e foi adotado o rodízio no abastecimento para que toda a população seja beneficiada.

O prefeito de Paraíso, Ênio Reckziegel, decretou situação de emergência pela segunda vez em apenas dois meses. Famílias são abastecidas por caminhões.

Já em Itapiranga, o prefeito Áureo Welter decretou situação de emergência para garantir que o maquinário da prefeitura fique disponível para o abastecimento de água nas comunidades do interior.

Em Bandeirante, mais de 15 famílias estão sendo abastecidas por caminhões-pipa há mais de duas semanas.

Dados da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) indicam que as chuvas dos próximos dias ocorrerão em pontos isolados e não deverão resolver os problemas da estiagem.

O município de Coronel Freitas completa hoje 87 dias em situação de emergência, em virtude da deficiência no abastecimento de água. O prefeito Silvano Grasel informou que o déficit chega a 30% do consumo, o que representa 400 mil litros de água por dia.

O problema não é só falta de chuva, mas produção insuficiente. O prefeito disse que um dos poços artesianos que abastece o município reduziu a vazão em dois terços. Ele atribui o fato ao desmatamento na região.

Os rios Limeira e Taquaruçu, que cortam a cidade, estão apenas com filetes de água. Desde novembro a cidade enfrenta um sistema de rodízio no abastecimento. Pelo menos mil dos 5 mil habitantes da área urbana enfrentam a escassez, principalmente nas partes mais altas, como no bairro São Sebastião.

Até o Hospital Nossa Senhora da Saúde é abastecido com carros-pipa. Grasel disse que o município distribui diariamente cerca de cinco cargas de 6 mil litros de água cada.

O gerente regional da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan), Antonio Baptiston, disse que já foram adquiridos os tubos para 1,5 mil metros de rede que ligariam o poço da Linha Gusso. Ele afirmou que as obras devem iniciar dentro de duas semanas.

Outros municípios como Marema e Xavantina, também têm dificuldades de abastecimento, mas a situação não é tão grave. Já em Chapecó a situação é considerada tranqüila, segundo Baptiston.

Vítor Meireles tem economia comprometida

A agricultura é a principal atividade econômica de Vitor Meireles neste primeiro bimestre.

– Estamos sem chuva de 'verdade' na região desde o dia 1º de janeiro – reclama o prefeito da cidade, Luiz Lucio Fossa.

Os ribeirões Palmito e Faxinal, que formam o principal rio de Vitor Meireles (Rio Dolmann) estão secando. As áreas mais afetadas são as mais altas, como Serra da Abelha, Alto Ribeirão Palmito e região da nascente do Ribeirão Palmital.

Por causa da estiagem, o prefeito atendeu um pedido da Câmara de Vereadores e decretou estado de emergência no município no dia 11 de fevereiro, que tem prazo de 45 dias e pode ser prorrogado. O prejuízo com a seca ainda não foi contabilizado.

Com informações do Diário Catarinense.

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