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 | 13/02/2004 23h19min

Na festa do PT, Lula diz que partido tem de preservar ética

Na festa dos 24 anos do PT, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta, dia 13, que o partido tem de preservar marcas registradas da sua história, como a ética e a lisura.

– Não podemos errar na política, na orientação e no cumprimento de algumas marcas registradas desse partido, que é pelo comportamento ético e a sua lisura – disse.

O discurso de Lula, realizado em festa no hotel Glória, na zona sul no Rio de Janeiro, foi feito no dia em que a revista Época divulgou reportagem apontando o subchefe de assuntos parlamentares da Presidência, Waldomiro Diniz, como tendo pedido propina para si próprio e dinheiro para a campanha eleitoral de governadores petistas em 2002. Diniz foi exonerado pelo presidente Lula nesta manhã e um inquérito foi pedido à Polícia Federal para investigar o caso.

O presidente acrescentou que o PT não pode se dar ao luxo de errar.

– Tenho a nítida consciência do que representa o sucesso ou o fracasso do PT – afirmou. – Talvez muitos companheiros não tenham consciência de que somos maiores do que nos enxergam. O PT virou uma espécie de referência e já não podemos errar e não temos o direito de fracassar – declarou. 

Em Brasília, durante o dia, o relacionamento de Waldomiro Diniz com José Dirceu foi explorado por parlamentares da oposição, que chegaram a pedir uma CPI para esclarecer a denúncia. O presidente do PT, José Genoino, que já havia saído em defesa de Dirceu, deu apoio ao ministro em seu discurso.

– Queremos demonstrar nossa solidariedade ao companheiro que por oito anos foi presidente do nosso partido e demonstrar carinho e muita confiança a Dirceu – disse.

Genoino também usou o discurso para conclamar os petistas para as eleições municipais deste ano.

A festa reuniu alguns dos principais integrantes do governo petista, como os ministros José Dirceu (Casa Civil), Luiz Gushiken (Comunicação), Luiz Dulci (secretário-geral), além da prefeita de São Paulo, Marta Suplicy e integrantes de partidos aliados, como Roberto Freire, presidente do PPS, legenda do ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, também presente. O candidato à prefeitura do Rio, Jorge Bittar, também estava na festa.

O evento foi encerrado com um show da escola de samba Portela. No mês passado, durante a viagem à Índia, tornou-se polêmica a troca de última hora da carioca Portela pela paulistana Gaviões do Fiel. No fim da festa, militantes do PT cantaram um samba da Portela.

Antes do início da cerimônia, mas já com a presença do presidente Lula no local, manifestantes do PDT causaram um tumulto na frente ao hotel. A tropa de choque teve de intervir e duas pessoas ficaram feridas. Os pedetistas chamaram Lula de traidor e pediram que o governo não altere as leis trabalhistas, que serão foco de reforma pelo Executivo.

– O que fizeram na porta hoje nós conseguimos fazer em outras portas, portanto nada de ficar nervoso, achar que são demônios –  afirmou Lula depois em seu discurso. – São pessoas com a posição política diferente que disputam espaço político conosco e aprenderam com nós (sic) a fazer o que fizeram. A diferença é que nunca os trataremos com a truculência com que fomos tratados – afirmou.

O partido homenageou durante a festa dois dos seus fundadores: o ex-guerrilheiro Apolônio de Carvalho, de 92 anos, e o crítico literário Antonio Cândido, de 85, presentes ao evento.

As informações são da agência Reuters.


 
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